O Moto G não é mais o smartphone de entrada da Motorola desde o lançamento do Moto E em 2014, mas continua sendo o dispositivo mais vendido da marca no Brasil. Novamente, o País foi escolhido para ser o palco de lançamento do aparelho ao final de julho, após uma sequência sem precedentes (para a companhia) de vazamentos na mídia especializada com informações e imagens do celular. O alvoroço é justificado.

O Moto G de terceira geração pouco tem de diferente externamente em relação à versão de 2014, mas há diferença. Os meandros técnicos podem ser encontrados no site da Motorola, mas vale dizer que o processador Snapdragon da Qualcomm, a memória e o sistema Android 5.1 Lollipop são bem espertos e ajudam a dar uma cara de smartphone high-end ao dispositivo.

Não há controle de voz, mas as poucas modificações que a Motorola incorpora no Android contam com utilidades como ferramenta de backup e migração (inclusive a partir de iOS), muito mais úteis do que os comandos por gestos de ligar a lanterna ou para tirar foto – ambas pouco confiáveis. Mas é legal ter, pelo menos para impressionar amigos leigos.

Em geral, o Moto G tem respostas bem rápidas e consegue entregar uma experiência melhor até do que o primo rico, o Moto Maxx, que sofre com mau gerenciamento de memória desde que recebeu a atualização para o Lollipop 5.0.

Aliás, outro quesito que os dois aparelhos acabam se digladiando é o principal ponto do marketing do Maxx: a bateria. Com melhor gerenciamento, metade da resolução da tela (720p, contra 1.440p) de 5 polegadas e talvez alguma melhora no gasto de energia com o processador, o Moto G conseguiu permanecer ligado mais tempo do que o Maxx em testes. Nada científico, mas, sem SIMcard instalado, o G durou um final de semana (a partir de sexta-feira à noite) regado a redes sociais e YouTube, enquanto o Maxx já sofria no sábado à tarde.

A câmera do Moto G tem menos megapixels (13, contra 21), mas o software de captura é muito mais rápido do que a versão anterior presente no Maxx. Não estamos pegando no pé do smartphone robusto da Motorola, mas apenas mostrando que o G consegue entregar mais com menos em vários casos.

Preço da evolução

A versão para testes recebida é a de 16 GB, com memória (RAM) de 2 GB, conectividade 4G, proteção contra sujeira e água (aguenta submersão por 30 min) e sintonização da TV digital no padrão Full-Seg, que sacrifica a mobilidade plena do One-Seg pela qualidade de imagem HD. Esse ponto, por sinal, é uma acertada escolha: há tempos que os smartphones possuem telas grandes e com altas resoluções. Os que insistiam em usar o One-Seg sofriam com experiência ruim, com baixíssima definição.

Há capinhas coloridas que vêm com o aparelho, mas lembre-se que agora é possível personalizar o dispositivo através do Moto Maker, que finalmente chegou ao Brasil. Mesmo na versão padrão, o visual colorido dele é bem mais divertido do que os sisudos high-end de quase todas as marcas.

Mas isso significa que é uma versão mais cara também. O Moto G Colors HDTV custa R$ 949 no site da Motorola, que não é tão barato quanto aparelhos como Asus Zenfone 5 e Xiaomi Redmi 2 (ambos na faixa dos R$ 500), mas a proposta dele é ser mais do que ser um smartphone de entrada e vai além das configurações. Em suma, o Moto G é um telefone esperto, divertido e com boas funções. Resta saber se a fabricante manterá o dispositivo assim nas próximas atualizações do Android.

 

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