A Vivo apresentou uma solução de telemedicina baseada em 5G nesta quinta-feira, 13. Feita em parceria com a Ericsson, a demonstração consiste em um treinamento de cirurgião feito à distância com óculos de realidade virtual e braço robótico para fazer a incisão, ambos conectados à rede da operadora.
“Esta é uma solução real em saúde. Com o 5G ela tem não apenas velocidade de rede em Gbps, mas baixa latência – entre 3 e 5 ms. E, para a medicina, quanto mais baixa a latência, melhor o retorno tátil na experiência do braço robótico”, explicou Marcos Scheffer, vice-presidente da Ericsson. “A demo mostra o treinamento do cirurgião, mas também pode ser aplicada em casos reais. Já estamos estudando a solução com o King’s College, de Londres”.
No teste feito por Mobile Time dentro do prédio do Teatro Vivo, Zona Sul de São Paulo, foi possível simular uma cirurgia. Em um ambiente virtual, o sistema tinha orientador e aluno, ambos com óculos VR e braços robóticos. O professor guiava o teste e passava o comando da mesa de operação virtual para o discente. A velocidade de acesso variava entre 25 e 28 Gbps.
Há dois meses do Futurecom, a demonstração também serve para mostrar o caminho que a Vivo busca no 5G, como explicou Átila Branco, diretor de planejamento de redes da operadora: “Fizemos vários testes com 5G, mas o mais importante é que estamos indo para o caminho certo. O 5G não funciona sem fibra, sem backbone, no backhaul, chegando às estações, e sem virtualização de rede. Por isso, estamos estruturando nosso núcleo de rede com essas tecnologias para conseguirmos entregar um network slice (fatiamento de rede, várias redes lógicas em cima de uma rede física), que será usado no 5G para diferentes serviços.”
Entre essas estruturas, a Vivo instalou seus data centers junto à Ericsson. Nesses equipamentos, a companhia já utiliza aplicações de núcleo de rede para voz e funções virtualizadas de rede (VNF). No teste em si, a tecnologia usada tinha computadores com alto processamento de vídeo, óculos de realidade virtual, braços robóticos, aplicação de VR em Unix e uma célula 5G na faixa de 28 GHz.
Scheffer ressaltou que o uso do 5G pode ajudar não apenas a área de saúde, mas também a indústria 4.0 e transmissão de vídeo em 4K. Lembra ainda que, assim como nas telecomunicações norte-americanas, a quinta geração da Internet também pode ser usada para a expansão da banda larga fixa, como revelou recentemente a Verizon.