Há diversos motores de processamento de linguagem natural (PLN) disponíveis para robôs de conversação em português, muitos deles construídos por grandes players mundiais de tecnologia. Mas a maioria foi desenvolvida com foco em chatbots que atendem através de mensagens de texto, não para voz. Eles podem ser adaptados, com o uso de ferramentas de transcrição de fala em texto e vice-versa (STT e TTS, nas siglas em inglês), mas há características de uma conversa falada que acabam não sendo devidamente transcritas e compreendidas. Por isso, a startup brasileira Loud Voice Services está trabalhando no desenvolvimento de um motor próprio de PLN com foco em voice bots, revela seu CEO, Felipe Almeida, em conversa com Mobile Time.

A Loud é especializada na construção de voice bots, mas hoje usa motores de PLN de terceiros. A empresa criou um orquestrador para integrar as diversas ferramentas adotadas, de acordo com a necessidade de cada projeto. Seus bots podem operar em qualquer canal, com uma abordagem omnichannel. Ainda não há prazo para a conclusão do desenvolvimento do motor próprio de PLN.

Modelo de negócios

A startup começou a operar em junho deste ano e já conta com cerca de dez clientes corporativos, incluindo bancos e corretoras. A Loud optou por um modelo de negócios em que vende o produto, não o serviço. Toda a estrutura do bot fica instalada dentro dos sistemas da empresa contratante, cujos funcionários são treinados para operá-lo.

“O orquestrador sobe todos os áudios e transcrições para a estrutura do cliente. Isso garante segurança para grandes players. Nosso foco é entregar para grandes empresas a capacidade de construir e decidir como levar uma experiencia de voz para os seus consumidores”, explica Almeida.

Segundo o executivo, a maior demanda é por bots ativos para finalidades como validação de leads, cobrança e pesquisa de satisfação. E começam a aparecer também pedidos para desenvolvimento de “skills” da Alexa, assistente de voz da Amazon que será lançada no Brasil em breve. A Loud está concluindo a construção de quatro skills para grandes empresas que devem ser anunciadas junto com a chegada da Alexa ao País.

 

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