A OOND (Android, iOS), uma startup que oferece compartilhamento de escritórios sob demanda, espera chegar ao final de 2022 com 30 mil usuários em sua base. Com clientes pessoa física e jurídica que buscam um local para trabalho híbrido, a empresa tem atualmente 3 mil usuários cadastrados e mais de 300 espaços (endereços) em 17 estados.
“Cada espaço consegue locar mais ambientes (exemplo: um espaço com três salas de reunião). Se contar recursos/ambientes passa dos 500”, diz Diogo Cortês, CEO e fundador da OOND, em conversa com Mobile Time. “Desde setembro, nós percebemos que as empresas se cadastram ou cadastram seus colaboradores, e demandam espaços nas cidades. Temos que crescer em usuários e anfitriões, mas está mais fácil colocar clientes que espaços”, completa.
De acordo com o executivo, os seus clientes buscam por áreas fechadas e privativas. A OOND (sigla para ‘office on demand’ ou ‘escritório sob demanda’ em português) tem mais capilaridade em São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Recife e Salvador. A carteira atende clientes de todos os tamanhos, de agências de marketing com oito pessoas até multinacionais com 2 mil funcionários. Mas é na cidade de São Paulo onde estão 50% dos espaços e da demanda por aluguéis híbridos.
“Um movimento interessante que vemos é: empresas de tecnologia do Sul contratam em São Paulo e precisam de oferta de espaço em locais específicos fora do grande centro”, explica Cortês, que também é sócio do coworking Osmose, que foi afetado durante a pandemia e deu margem à criação da startup.
Como funciona
Fundada em 2021, a startup tem formato de atuação similar a outras empresas de tecnologia que fazem intermediação entre fornecedor e cliente. No caso entre o hóspede, o locatário do espaço e a plataforma.
A busca de local pode ser por endereço aproximado, espaço por dia, espaço por hora e sala privativa ou não. Existe a possibilidade de contratar um local por vários dias, mas não tem assinatura mensal. O pagamento é feito via cartão de crédito ou Pix pelo app. Após confirmar o aluguel do espaço, o cliente recebe um tíquete por e-mail para acessar o local.
A plataforma tem opções em app e web para o consumidor final, e apenas web para o locatário.
“Isso foi um aprendizado. Nós começamos web base. Não pensávamos em app. Mas depois de uns quatro meses, percebemos que era importante ter aplicativo. Por questão financeira e de base de dados”, diz. “Isso melhora a avaliação que temos dos dados e ficamos mais próximos dos clientes, pois a experiência do usuário é bem melhor no aplicativo. O app também ajuda no onboarding, seja com Google ou Apple ID (App Store). E traz várias melhorias no pipeline, tanto de receita, como de UX. Para o anfitrião é web, não temos planos para a versão mobile”, completa.
Concorrência, regulação e finanças
No modelo de negócios, a OOND tira um percentual da receita do aluguel do espaço e uma taxa de serviço de R$ 5. De acordo com o CEO e fundador, o tíquete médio subiu de R$ 80 para R$ 147 em seis meses, mas afirma que a categoria de espaço compartilhado é a que mais cresce e está com tíquete médio de R$ 70.
Em relação aos rivais, o executivo vê competição com empresas de aluguel de espaço, como Regus e WeWork, mas enxerga muito espaço no mercado: “O Brasil tem, até 2025, potencial de 20 milhões de pessoas em home office. Hoje são 9 milhões (segundo dados do IBGE). É um mercado que deve dobrar em quatro anos. Antes da pandemia eram 2,5 milhões”, disse.
Cortês explicou ainda que não há problema de regulação, pois os fornecedores de espaço têm CNPJ.