A Granular está próxima de alcançar 1 milhão de hectares registrados no Granular Insights (Android, iOS), uma aplicação norte-americana usada para introduzir o agricultor ao meio digital. Subsidiária da Corteva, uma spin-off da Dow-Dupont, a solução permite ao profissional do campo ver possíveis problemas em uma plantação por imagem de satélite.
“O produto é pensando no agricultor médio, aquele que está começando na agricultura digital. Ele começa a usar sem precisar de muito conhecimento. Mas estamos atendendo diferentes personas. Gosto de pensar que é para o agricultor que administra fazendas, que precisa poupar tempo e proteger sua lucratividade”, diz Lucas Melo, líder de marketing da Granular. “Da mesma forma, o Granular Insights pode servir para um consultor que atende a diversas fazendas”.
Criada em 2014, a Granular começou a ouvir os agricultores no Brasil em 2016. Nesse período, a companhia tentou entender quais eram as necessidades no campo. Inicialmente, a aplicação foi ofertada para uma pequena base de clientes na segunda metade do ano passado. Agora, com 1 mil usuários ativos, a ideia é expandir em usuários e áreas monitoradas pelo app.
Dentro da companhia, o Granular Insights é um produto de entrada. Além dele, a empresa tem outros dois módulos que são ofertados nos Estados Unidos, Canadá e Austrália: o Granular Business para gestão de fazenda; e o Granular Agronomy com gestão de sementes e do solo.
Essas duas aplicações devem vir para o Brasil, mas ainda não tem data. Contudo, o processo será similar àquele feito com o Granular Insights: “Para 2020, estamos fazendo pesquisa de mercado, validando”, relatou o executivo, em conversa com Mobile Time.
Como funciona
Para usar o Granular Insights, o usuário baixa o app, se registra em um cadastro rápido (90 segundos) e marca a área de sua fazenda. Após o registro, a aplicação começa a fazer o monitoramento, com a área da fazenda sendo processada por seu algoritmo de inteligência artificial para identificar os possíveis problemas na plantação.
Entre seus diferenciais, a solução tenta trazer: resolução de imagem (3×3 metros) ao agricultor; imagens capturadas por uma constelação de satélite das 10h às 14h, para ter melhor qualidade na imagem; algoritmo próprio que analisa os possíveis problemas na plantação; relatório dos problemas por criticidade (alta, média e baixa); acesso offline.
Segundo Melo, o app mostra ao agricultor que ele pode economizar tempo e custos, indo diretamente na causa do problema, sem precisar percorrer talhão por talhão: “A ideia não é substituir o agrônomo, mas ser uma ferramenta a mais na gestão da lavoura. Para ajudá-lo (gestor do campo) com mais eficiência, ao mostrar em quais pontos ele precisa dar atenção naquele momento”.
O líder de marketing da empresa afirmou ainda que os dados ficam sob controle do usuário e que a companhia respeita a lei de privacidade de dados em cada localidade que atua. No caso do Brasil, a empresa juntou-se à Corteva para se adaptar à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) brasileira.
Negócios
Em seu modelo de negócios, o Granular tem o formato de SaaS com contrato de 12 meses. A cobrança é feita por hectare, ou seja, pelo tamanho da área monitorada. A venda é feita por cadastro prévio, vendas diretas, ou pelo próprio usuário, que pode fazer o registro no site e baixar o app, assim como através de ofertas junto aos produtos da Corteva.
Sem escritório fixo, a Granular tem equipes em Mato Grosso, São Paulo, Alphaville e Goiânia, que atuam com atendimento, ciência de dados e vendas, além de suporte da equipe nos Estados Unidos e uma pessoa específica para validação de produto na Argentina.
Melo confirma que há planos para levar a aplicação para outros países. Mas lembra que a estratégia para o Brasil é nova, uma vez que é o primeiro país de língua não-inglesa em que a empresa atua.