As diversas fábricas localizadas em Shenzhen e Xangai suspenderam a produção depois que a China bloqueou parcialmente as cidades para conter um novo salto de casos de Covid-19 nas regiões. Entre as fabricantes prejudicadas está a Foxconn, principal fornecedora da Apple. A notícia circulou primeiro no site Nikkei Asia, na noite de domingo, 13, para segunda.
Shenzhen é o lar de grandes empresas de tecnologia, como Huawei, Oppo e TCL, e é um dos maiores centros de fabricação da Foxconn, fornecendo clientes de Apple ao Google, passando por Amazon. O semibloqueio ocorre quando a cadeia de suprimentos global ainda está lutando com uma escassez contínua de chips.
A Foxconn disse em comunicado nesta segunda-feira, 14, que suspenderia a produção em suas fábricas de Longhua e Guanlan, em Shenzhen, até novo aviso do governo local. Mas ativou planos para usar instalações em outras cidades para apoiar a produção.
Shenzhen é o segundo maior centro de fabricação da Foxconn na China, depois de Zhengzhou, na província de Henan, que é o maior centro de produção de iPhone do mundo. Muitos dos primeiros trabalhos de prototipagem de engenharia e pesquisa e desenvolvimento são realizados nos campi em Shenzhen.
A subsidiária de painel de toque da Foxconn, a General Interface Solution (GIS) Holding, disse em um comunicado ao mercado de ações que sua instalação em Shenzhen também interromperá a produção a partir desta segunda-feira, 14. A GIS, que conta com a Apple e a Samsung como clientes, também está alocando parte da produção para outras instalações.
A maior fabricante de placas de circuito impresso de Taiwan, a Unimicron, fornecedora de Apple, Intel e Nvidia, disse que sua subsidiária em Shenzhen interromperá a produção a partir desta segunda. A subsidiária respondeu por menos de 3% da receita da empresa, informou.
Medidas locais
O governo de Shenzhen interrompeu o transporte público nesta segunda, e todos os negócios não essenciais foram obrigados a suspender as operações até 20 de março.
As autoridades instruíram todos os parques industriais e áreas residenciais de Shenzhen a adotarem medidas de bloqueio e anunciaram que começarão a fazer testes de PCR em todos na cidade, que tem mais de 17 milhões de habitantes.
Apenas negócios essenciais para o dia a dia, como mercados, farmácias e instituições médicas, podem continuar funcionando normalmente, enquanto os restaurantes só podem receber pedidos por delivery. As pessoas não devem deixar a cidade a menos que seja necessário, disse o governo local. As entregas de e para Hong Kong, no entanto, continuarão.