O avanço da infraestrutura de redes neutras dependerá de muitos investimentos, prevê Silvina Daton, diretora de vendas de hyperscale na Cirion. Durante o evento Capacity Latam nesta terça-feira, 14, a executiva abordou a importância dos investidores privados e de ter parceiros estratégicos.
“O investidor privado é um parceiro necessário. Eles são o único motivo de estarmos apostando na América Latina. E serão mais importantes no futuro, pois precisaremos de mais capital para atender a demanda do consumidor”, disse. “Telecomunicação é um negócio de investimentos largos e de longo prazo”, complementou.
A executiva também defendeu a necessidade de cocriação de redes neutras na América Latina, em especial porque ainda há muita oportunidade para desenvolver redes de comunicação na região.
Padrões abertos
Argemiro Sousa, CBO da Padtec, afirmou que um dos desafios é a adoção de padrões na criação de redes neutras com múltiplos fornecedores, uma vez que isso pode ajudar a diminuir os custos e acelerar a implementação. Outro desafio citado pelo executivo é a necessidade de melhorar a eficiência das redes, algo que tem sido feito por meio da entrega de “eficiência máxima” do espectro.
Para Andrés Madero, CTO da Infinera para Caribe e América Latina, a busca por eficiência de espectro é um sinal de mudança e maturidade das redes neutras, uma vez que o modelo de negócios começa a mudar da entrega de “fibra e alta velocidade” para “frequência e eficiência”.
O executivo prevê ainda que os negócios envolvendo redes neutras devem se expandir nos próximos três anos para outras regiões, como África e Europa, uma vez que as empresas nessas regiões sofrem pressão para fazer mais com menos, enquanto o preço dos dados consumidos cai ano a ano.
“As redes neutras são um negócio que começou basicamente há três anos. Antes, ouvíamos do mercado ‘nós temos interesse em sermos neutros’, mas não se concluía. Isso só foi possível porque a mentalidade de infraestrutura mudou”, disse. “Mas ainda precisamos ser abertos, pois cada operadora quer um tráfego para si. Um tráfego separado dos rivais”, concluiu.