Com um total de 542 MHz, as operadoras móveis brasileiras têm apenas 41,7% do total de espectro sugerido pela União Internacional de Telecomunicações (UIT), segundo aponta a associação setorial 5G Americas. A sugestão da UIT para 2015 era de 1.300 MHz destinados ao serviço móvel, aumentando para 1.720 MHz em 2020 – com a capacidade atual, o Brasil ficaria com menos de um terço (31,51%) desse total proposto.
Durante seminário online nesta quinta-feira, 14, o diretor para América Latina e Caribe da 5G Americas, José Otero, destacou ainda que não basta destinar as frequências: é preciso disponibiliza-las para uso comercial também. "Não se trata somente de alcançar o espectro (sugerido pela UIT); quase nada pode ser utilizado de imediato", afirma, citando a demora para as operadoras brasileiras poderem usar a faixa de 700 MHz.
Na opinião de Otero, mesmo o uso do refarming, como a TIM tem promovido com a faixa de 1,8 GHz ao migrar clientes do GSM para o LTE (além de atualizações nas estações radiobase), não chega a compensar a deficiência da quantidade da infraestrutura disponível. "O refarming não resolve a necessidade por mais espectro, apenas faz um uso mais eficiente do quanto as operadoras já possuem", declarou ele a este noticiário. "Algo similar será observado com a chegada da agregação de portadoras", ressalta, referindo-se ao LTE-Advanced, que usa blocos diferentes do espectro de forma combinada.
A entidade ressalta ainda que a América Latina tem problemas por não ter harmonização de espectro. "Todos os países têm alocação muito distinta, e isso impacta a economia de escala dos aparelhos. Se tivessem a mesma (alocação), seria muito mais barato", afirma Otero.