A Americanet agora é uma agregadora de operadoras móveis virtuais (MVNA, na sigla em inglês). A operadora, que está conectada à rede da TIM como uma operadora móvel virtual (MVNO) autorizada, passa a oferecer a outras empresas toda a sua plataforma de gestão e operação, incluindo billing, e também o auxílio jurídico e regulatório para que os parceiros consigam junto à Anatel uma licença de MVNO credenciada. Com o movimento, a Americanet, que hoje tem cerca de 40 mil usuários de telefonia móvel com a sua MVNO de marca própria, espera conquistar mais 1 milhão através dos parceiros até 2022.
“Isso já estava dentro da nossa estratégia comercial. Primeiro lançamos telefonia móvel para o corporativo e depois para o consumidor final. Como terceira fase, agora somos agregador de novas MVNOs”, explica Renan Torres, diretor comercial da Americanet, em conversa com Mobile Time.
Seu foco principal é atrair pequenos provedores de Internet do interior do País que queiram agregar telefonia móvel ao portfólio de produtos. “Há muitos ISPs no mercado. Seu grande desafio é trazer valor agregado para a sua operação. Não adianta vender apenas banda larga, porque você fica vulnerável à concorrência. Com MVNOs, o ISP pode fazer cross-selling e aumentar seu tíquete médio”, argumenta o executivo.
Empresas de TI ou de quaisquer outros segmentos da economia também podem adotar a plataforma da Americanet para oferecer telefonia móvel como uma forma de fidelização de seus clientes, destaca Torres.
Primeiros parceiros
A atuação da Americanet como MVNA nasce já com cinco contratos fechados, com as seguintes empresas: Veek, Voa Telecom, Use Telecom e Starnet Telecomunicações e TIP Telecom. Os SIMcards de várias delas já chegaram e vêm customizados com suas marcas. A primeira a entrar em operação deve ser a Veek, nas próximas semanas – trata-se de uma volta da MVNO, que antes atuava com a plataforma da Surf Telecom. Voa, Use e Starnet, por sua vez, são ISPs. No caso da TIP, a empresa é uma provedora de telefonia fixa para ISPs, que agora poderá também oferecer telefonia móvel a seus clientes corporativos.
Torres espera chegar ao final deste ano com 20 a 25 MVNOs conectadas à plataforma da Americanet.
A Americanet cobra dos parceiros um setup de operação e mais a minutagem e uso da rede de dados para pacotes pós-pagos. Questionado se a quantidade de intermediários entre a operadora detentora da rede (TIM) e o consumidor final não levaria a preços pouco competitivos, ele usa a própria Americanet como exemplo: a operadora vende ao consumidor final um pacote que considera agressivo de R$ 199,90 para banda larga de fibra ótica com 200 Mbps e mais três chips de celular com 10 GB cada. “Este é o preço pelo qual vendo no varejo hoje. No atacado sai um pouco mais barato para meu cliente corporativo. E este pode mesclar margens com seus demais serviços e fidelizar seu cliente com um pacote mais completo”, diz.
Timing
O lançamento de um produto em meio à pandemia de coronavírus chama a atenção. O diretor da Americanet argumenta que neste período de quarentena as pessoas precisam de melhor conectividade, ao mesmo tempo em que buscam redução de gastos, o que significa uma oportunidade para ISPs proporem novos pacotes, agregando telefonia móvel.
“Todo mundo em casa está precisando de conexão de qualidade. Para os ISPs, pode ser uma oportunidade para oferecer também uma troca do chip de celular”, sugere. A própria Americanet tem sido impactada positivamente com um aumento de vendas nas últimas semanas, afirma. “Temos crescido consideravelmente”, diz.