| Publicada originalmente no Teletime | A Ericsson reportou nesta quinta-feira, 14, os resultados financeiros da empresa no primeiro trimestre de 2022 com uma alta na receita motivada pela demanda de 5G. No entanto, a empresa também projetou impactos financeiros futuros por conta da investigação sobre condutas ilegais no Iraque.
“Atualmente, estamos conversando com o Departamento de Justiça [dos Estados Unidos, o DOJ] em relação aos avisos de violação ao Acordo de Acusação Diferida. A resolução dessas questões pode resultar em uma série de ações do DOJ e provavelmente incluir pagamentos monetários adicionais, cuja magnitude não pode ser estimada com segurança no momento”, afirmou o presidente e CEO da fornecedora sueca, Börje Ekholm.
Em comunicado, o executivo apontou que a má conduta da Ericsson no país asiático começou pelo menos em 2011, sendo identificada posteriormente pela própria equipe de compliance da fornecedora. O caso envolve más práticas de funcionários, fornecedores e o uso de intermediários e rotas alternativas que eram controladas por organizações terroristas como o Estado Islâmico para evitar a alfândega iraquiana.
Cifras
No primeiro trimestre do ano, as receitas da Ericsson cresceram 11% em termos nominais e 3% na base orgânica, alcançando 55,1 bilhões de coroas suecas no período (cerca de US$ 5,76 bilhões em todo o mundo).
Principal negócio da empresa, a vertical de redes foi responsável por 40,7 bilhões de coroas, em alta nominal de 12% e orgânica de 4%, impulsionada por ativações 5G. Já as áreas de serviços digitais e serviços gerenciados registraram queda de faturamento na base ajustada.
Regionalmente, as vendas na América da Norte motivadas pela liberação da banda C nos Estados Unidos tiveram grande influência, na medida que a receita na área cresceu 9%, para 20,7 bilhões de coroas. Já a regional Europa e América Latina (reportada conjuntamente pela Ericsson) teve salto de 15% (para 15,3 bilhões de coroas), sendo que apenas em território europeu, o crescimento foi de 18%. Na América Latina, ele ficou restrito a 2%.
De forma geral, o EBIT reportado pela Ericsson caiu 10%, totalizando 4,7 bilhões de coroas e margem de 8,6% (ante 10,6% há um ano e 16,6% no quarto trimestre de 2021). Afetaram os números a reavaliação do braço de investimentos da fornecedora e provisões relacionadas com a saída do mercado russo. Assim, o resultado líquido da companhia sueca caiu 8%, para 2,9 bilhões de coroas (cerca de US$ 300 milhões no primeiro trimestre).