Uma sociedade mais digitalizada, viajando menos, pessoas fazendo home office com mais naturalidade e com reuniões por videoconferência. Esse é um resumo de como os painelistas da live “Mobile Big Data no combate à pandemia”, promovida por Mobile Time na manhã desta quinta-feira, 14, visualizam o mundo pós-pandemia do novo coronavírus. Estavam presentes no evento virtual André Ferraz, CEO da In Loco; Bruno Maia, head de inovação para a América Latina da SAS; Fernando Bozza, pesquisador do Instituto D’Or e chefe do Laboratório de Pesquisa Clínica em Medicina Intensiva do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fiocruz; Marcos Ferrari, presidente do SindiTelebrasil; e Pedro Palhares, country manager da Moovit.

“Estamos vendo o crescimento do e-commerce, da videoconferência, e muito provavelmente outros setores que tinham mais dificuldade de implantar tecnologias – como a educação e a saúde – estão tendo uma aceleração muito grande da digitalização”, resumiu o CEO da In Loco, André Ferraz.

BigData2 Mobile TimePara o presidente do SindiTelebrasil, Marcos Ferrari, o “novo normal”, ou seja, o mundo depois do novo coronavírus, terá muito ganho de produtividade. “Vamos sair mais digitais do que entramos. Em um mês, fizemos em todo o mundo o que as empresas fariam em 4 ou 5 anos. Digitalizamos vários setores. O EAD (Ensino a Distância), telemedicina e o nosso setor de telecomunicações contribuem de forma determinante para esses avanços na economia. A economia será mais produtiva depois. Esse será o legado positivo da pandemia”.

Home office

O receio da pouca produtividade no home office era sempre grande em todos os tipos de empresa. Mas o isolamento social mostrou que em muitos casos a produtividade até aumenta. Para Ferraz, empresas puramente digitais tinham um temor do trabalho remoto, mas a situação que obrigou muitos a trabalharem de casa comprovou o contrário.

“A gente, originalmente, sempre teve um certo receio do home office, mas vimos que estávamos errados. De fato, conseguimos um alto engajamento de entrega (por parte dos funcionários). Nosso padrão era de todos no escritório e a exceção era o home office. A partir de agora será o contrário: todos em home office, mas, caso alguém tenha uma reunião com o cliente, por exemplo, o funcionário vai para o escritório. Devemos seguir os passos do Twitter, que implementou o home office como padrão e isso vai gerar qualidade de vida”, disse Ferraz.

Para o country manager da Moovit, Pedro Palhares, o home office nunca foi um bicho de sete cabeças e a empresa de mobilidade urbana israelense já o adotava há tempos. O executivo explicou que 90% da Moovit já estava em trabalho remoto antes de implementarem o isolamento social.

Deslocamentos calculados

O mundo pós-pandemia também será com menos deslocamentos. Mais home office, menos pessoas precisando ir e vir do trabalho e, com isso, o transporte público precisará se reinventar. Para Palhares, os países deverão implementar o transporte sob demanda, o custo deverá cair e o serviço, melhorar. “Em Israel o sistema de transporte sob demanda já acontece para quem está trabalhando em serviços essenciais. E empresas que precisam dos seus funcionários nos escritórios já oferecem transporte próprio”, explicou.

O head de inovação para a América Latina da SAS, Bruno Maia, acredita que muitos setores precisarão se reinventar porque a tecnologia vai otimizar o trabalho. É o caso das companhias aéreas, uma vez que muitas reuniões e compromissos profissionais poderão se resolver com as videoconferências.

“Acho também que usaremos mais a tecnologia. Faremos uso cada vez mais de celulares e seus acessórios para melhorar o dia a dia.  Acredito que a sociedade vai voltar mais simples e mais solidária. O momento em casa é um momento de reflexão”, comentou.

Saúde

O pesquisador do Instituto D’Or e chefe do Laboratório de Pesquisa Clínica em Medicina Intensiva do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fiocruz, Fernando Bozza, disse que esse momento acabou causando uma digitalização da saúde não apenas por conta da telemedicina, mas também pelos diversos aplicativos que surgiram. “Mas isso traz enormes desafios. O principal aspecto é humanizar a tecnologia porque as pessoas aceitam a tecnologia, mas não querem ser tratadas por um algoritmo. A interação entre pessoas é importante”.

Lives

A próxima live do Mobile Time será sobre “A desmaterialização do dinheiro em tempos de pandemia” e contará com representantes do Banco Central, Itaú Unibanco, McAfee, PicPay e TIM Brasil. O debate online acontecerá na próxima quinta-feira, 21, de 9h30 às 11h. Confira mais detalhes e o calendário de lives aqui.

 

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