A Internet das Coisas (IoT) deve gerar muitas oportunidades de negócios, afirmou Amir Tarsis, diretor de IoT da Cisco para a América Latina. Para ele, a Internet das Coisas passa por uma nova fase de amadurecimento ao buscar se diferenciar do conceito de M2M (comunicação entre máquinas). “IoT e M2M têm sensores, rede e um modo de ação. Mas a grande diferença entre eles é que em IoT se consegue tirar proveito da Internet", disse Tarsis.
Um dos grandes projetos de IoT em andamento no Brasil é a troca de 62 mil medidores de energia na cidade de Barueri, região metropolitana de São Paulo. Na ação feita em parceria com a AES Eletropaulo, companhias como a Ericsson passam a prover medidores inteligentes e a Cisco será responsável pela implantação da rede sem fio (MESH e 6LowPAN) e PLC (Powe Line Communication). Com financiamento de R$ 75 milhões pela FINEP, o projeto da Cisco com a Eletropaulo foi assinado em 2014, mas começou a tomar forma apenas neste ano, com a instalação nas residências, e deve beneficiar 250 mil pessoas. A partir do equipamento conectado, as informações da rede elétrica (como falta de energia e excesso de gastos) serão repassadas à concessionária em tempo real.
Outros exemplos citados por Tarsis são: a parceria da Cisco com a Eletrobrás em Smart Grid, avaliada em R$ 1,2 bilhão, com aporte do Banco Mundial; o uso de Wi-Fi para encontrolar equipamentos de mineração pela Cadelco em minas do Chile; e os 200 ônibus conectados que devem circular durante os jogos olímpicos Rio 2016. Além de uma tecnologia ainda em testes para análise em vídeo de eventos e ações para diminuir gastos e controlar perdas em uma rede de supermercados, como sincronização de máquina de pagamento e análise de fraudes na hora de fechar uma compra – algo que poderia ser considerado invasão de privacidade – mas que a Cisco informa que os clientes são avisados da ação.
Padronização
Embora a Internet das Coisas seja vista como o próximo grande salto da tecnologia, existem alguns problemas como padronização da tecnologia, segurança dos dados coletados, privacidade e custo. Sobre regulamentação e padronização, Tarsis reconhece que o assunto ainda precisa avançar. Para ele, o ecossistema vai funcionar apenas “se o padrão for aberto”, do contrário, seria uma “reinvenção da roda”. Como exemplo de sistemas abertos, cita os padrões de rede Mesh – 6LowPan da aliança Wi Sun Alliance e LPWA da Lora Alliance.