O BNDES vai selecionar projetos-piloto em Internet das Coisas (IoT) para receberem investimentos entre R$ 1 milhão e R$ 2 milhões a fundo perdido, ou seja, os beneficiados não precisarão devolver o dinheiro. Porém, o investimento do banco deve equivaler a no máximo 50% do valor do projeto. Isso significa que os escolhidos precisam se comprometer com aportes próprios e que o valor total mínimo de cada projeto é de R$ 2 milhões. Ao todo, o banco dispõe de R$ 20 milhões para essa iniciativa.

Serão escolhidos projetos de quatro áreas: cidades, campo, saúde e indústria. Foram definidos alguns temas prioritários em cada vertical. Em cidades inteligentes: mobilidade urbana; segurança pública; eficiência energética e saneamento. No campo: uso eficiente de recursos naturais e insumos; uso eficiente de maquinário; e segurança sanitária. Na saúde: monitoramento de doenças crônicas; ações de prevenção a epidemias; e gestão de unidades de saúde. Na indústria, tonar mais eficiente a produção industrial em geral. Os projetos devem ter um cronograma de execução de até 24 meses.

A apresentação de projetos é restrita a instituições de tecnologia e de apoio à pesquisa, sejam públicas ou privadas, que não tenham fins lucrativos. Elas podem estar associadas a fornecedores de tecnologia privados e a grandes clientes públicos ou privados. Não há exigência de que a tecnologia utilizada seja nacional, mas há um interesse em estimulá-la.

Os objetivos dessa iniciativa do BNDES são: gerar um efeito demonstração, apoiando projetos que possa vir a ser massificados; identificar eventuais gargalos de ordem regulatória ou econômica; estimular a inovação e o surgimento de startups; e minimizar o risco de lock-in (ou seja, de o País ficar preso a soluções proprietárias) etc.

Critérios

Uma equipe de empregados do banco e de especialistas externos vão analisar os projetos. Serão avaliados critérios como: o impacto social das iniciativas; se a solução funciona; se há alguma barreira regulatória; se a implementação é sustentável; se existem empresas que possam massificar a adoção da tecnologia no futuro; se prefeituras, estados e órgãos públicos estão prontos para adotar tal tecnologia etc.

O prazo para envio dos projetos é até 31 de agosto. O BNDES pretende divulgar os escolhidos até 60 dias depois. E o dinheiro começará a ser liberado antes do fim do ano, dependendo do cronograma de cada projeto. Mais informações estão disponíveis na web (www.bndes.gov.br/pilotosiot).

Justificativa

“A Internet das Coisas provavelmente será aquela tecnologia de maior impacto na vida das pessoas nas próximas décadas. Ela está baseada em três tecnologias já conhecidas: computação em nuvem, inteligência artificial e big data”, argumentou o presidente do BNDES, Dyogo Oliveira. “A grande agregação de valor se dará na integração das tecnologias e na utilização das informações e o Brasil tem grande capacidads e competência de tirar proveito disso”, complementou.

Sobre a iniciativa de apoiar projetos-piloto em IoT, o superintendente do BNDES Julio Ramundo disse: “Trata-se de o primeiro passo para uma política de estado de longo prazo para a difusão dessa tecnologia”.

Financiamento

Paralelamente ao apoio de projetos-piloto, o BNDES lançará nos próximos dias uma linha de crédito especialmente para IoT com acesso direto ao banco e com limite mais baixo, a partir de R$ 1 milhão. Além disso, o banco participa de 15 diferentes fundos de venture capital que somam R$ 600 milhões para investir em startups de tecnologia.

 

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