O Watch Labs, spin-off de tecnologia da Watch Brasil, está preparando sua chegada nos Estados Unidos. De acordo com o presidente da Watch Brasil, Maurício Almeida, a operação norte-americana é um complemento de sua expansão internacional iniciada neste mês em Lisboa, Portugal.
Em conversa com Mobile Time durante o Encontro Nacional da Abrint, o executivo afirmou que, por enquanto, a operação é apenas para oferecer a tecnologia do Watch Labs, pois a negociação de licenciamento de streaming e conteúdo para essas regiões é mais complicada por temas como os “residuals” (pagamentos feitos às pessoas envolvidas na produção de um conteúdo).
Mas a empresa está engajada em conversa com produtores de conteúdo gratuito nesses mercados que pretendem ter uma “plataforma própria” de vídeo. A ideia é oferecer o serviço de vídeo com um modelo de negócio freemium (com mídia programática) e depois pago, como donos de canais do YouTube e Twitch que têm uma audiência relevante (acima de 1 milhão de inscritos, por exemplo).
Além do mercado norte-americano e europeu, as conversas também ocorrem no mercado brasileiro.
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Além do braço de tecnologia, a Watch está construindo um arcabouço em publicidade e mídia programática para comercializar o inventário dos seus parceiros de conteúdo dentro e fora do País. Construindo com tecnologia do mercado e própria, a comercialização é feita diretamente com as agências de publicidade, mas Almeida explicou que “em algum momento” terá Ad Server.
Entre seus parceiros estão Paramount+, Band, Universal, Warner, CNN, Rede Massa e nesta semana entrou a plataforma Edye, de conteúdo escolar, educação e socialização para crianças de dois a seis anos de idade.
Mirando um segmento que “tem mais dinheiro que inventário”, o presidente da Watch explicou que a ideia é dar a possibilidade de todos os seus parceiros monetizarem com publicidade que seja relevante ao consumidor. Neste modelo de revenue share ganham dono de conteúdo, publisher e provedor de ISP.
Provedores e Brasil
Focando principalmente em oferta de serviços de streamings para ISPs em um modelo B2B2C, a Watch Brasil tem atualmente 1,4 mil pequenos provedores em seu portfólio. Com a inclusão de 100 novos provedores em sua média mensal, Almeida explicou que a expectativa é chegar a 2 mil provedores até o final do ano.
Explicou ainda que dentro do arcabouço de usuários, a divisão fica 90% para Android e 10% para iOS. Mas o consumo varia de usuário para usuário. Deu como exemplo o fato de crianças assistirem mais no tablet, adolescentes mais via celular e adultos em TVs – que é o carro-chefe da companhia.
Parte desses dados serão passados aos ISPs em um painel para entenderem o universo que trabalham. A tecnologia da Watch Labs indica modelos preditivos para evitar churn.
Imagem principal: Maurício Almeida, presidente da Watch Brasil (divulgação: Watch Brasil)