O principal desafio para as empresas de telecom é não usar o crédito concedido nos fundos – como Fust e Funtel – como principal recurso para o crescimento da empresa. É o que acredita o diretor de política setorial do Ministério das Comunicações (MCom), Juliano Stanzani. O representante da pasta também acredita que o segundo desafio é não contingenciar os fundos.

Durante o Encontro Nacional da Abrint nesta quinta-feira, 13, o representante da pasta afirmou que há o lado de desafio do governo federal em não contingenciar o dinheiro do Fust e Funttel que recolhem até R$ 2 bilhões por ano. Deu como exemplo de mecanismo que não tem o contingenciamento, o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), que é protegido por lei, mas tem uma receita menor anual, R$ 564 milhões.

Também afirmou que o governo quer priorizar “as principais dificuldades” das empresas de telecomunicações, em especial os pequenos provedores. Mas para isso precisam da “ajuda das associações” para reforçar o papel do Fust e do Funttel para crescimento sem o contingenciamento.

Paralelamente, Stanzani afirmou que há outros desafios para acesso ao crédito a atores interessados (ISPs, por exemplo), como custo de transação, compartilhamento de informações para o mercado financeiro (bancos privados) ter acesso aos riscos reais, algo que demanda a construção do diálogo com os bancos e outras entidades de crédito.

Vale dizer, o mapeamento de conectividade do BID que foi compartilhado pelo especialista líder em telecomunicações do banco, Luiz Guilhermo Lopez, revela que há a necessidade de US$ 9,5 bilhões para fechar o gap digital para expandir a conectividade de 90% para 98% no Brasil.

Imagem principal: Arte de Nik Neves para Mobile Time

 

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