O sucesso do Pix no Brasil começa a ser levado pelos turistas brasileiros para o exterior. A empresa de pagamentos digitais PagBrasil desenvolveu uma solução que permite a estabelecimentos comerciais estrangeiros aceitarem pagamentos com Pix. A novidade já está sendo adotada em alguns dos destinos turísticos favoritos dos brasileiros no Uruguai, Argentina, Chile, Peru, México, Portugal e EUA.

A solução consiste em um link, acessível pelo vendedor em seu smartphone, no qual é gerado um QR code com o valor da compra em Reais usando o câmbio do dia e cobrando IOF de 0,38% – bem abaixo daquele cobrado nas compras com cartão de crédito. O turista escaneia com o app do seu banco e paga. A PagBrasil se encarrega de fazer toda a conciliação, enviando o dinheiro para a conta do estabelecimento comercial no exterior. Pela solução é cobrada do lojista uma taxa fixa mais barata que aquela do cartão de crédito.

“O estabelecimento comercial não precisa instalar nada. É um link por loja. Funciona como um soft POS. É fácil de escalar. Costumo dizer que é ‘win-win-win-win’: nós ganhamos; o estabelecimento ganha, porque as taxas são mais baratas que as do cartão; o consumidor paga menos; e os governos locais aumentam o ingresso de divisas com turistas no país”, comenta Ralf Germer, co-CEO e cofundador da PagBrasil, em conversa com Mobile Time.

O executivo lembra que o pagamento com cartão de crédito no exterior tem uma série de desvantagens para o turista: limite de gastos; risco de ter o cartão bloqueado ou clonado; IOF alto; e incerteza em relação à cotação do câmbio, que é definida somente no dia de fechamento da fatura. Levar dinheiro vivo, por sua vez, é arriscado e também pode sair caro, dependendo da loja de câmbio. Por fim, pagar por serviços com antecedência, no Brasil, significa ficar preso àqueles serviços, tendo dificuldade de mudar o roteiro durante a viagem.

“O Pix é a forma de pagamento que mais cresce no Brasil porque é prático e porque os brasileiros gostam: tanto quem recebe quanto quem paga, porque cai logo na conta e seu custo é baixo ou nenhum. Já está no costume, no coração dos brasileiros”, argumenta.

A PagBrasil vem se reunindo com representantes de associações turísticas e de governos locais de alguns dos destinos mais populares dos brasileiros para levar sua solução. “Quando mostramos os números do Pix os lojistas estrangeiros se impressionam. Recentemente fomos ao centro de hotéis de Punta del Este, no Uruguai. A primeira pergunta era: como se fala Pix? E a última: como fazemos para instalar (a solução da PagBrasil)?”, relata Alex Hoffmann, também co-CEO e cofundador da empresa.

Assim como o advento dos cartões de crédito internacional viabilizaram que turistas viajassem sem dinheiro, Germer acredita que em breve os brasileiros poderão viajar também sem cartão, pagando tudo com Pix.

 

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