Uma empresa aberta, que muda conforme os acontecimentos de mercado, foi o conceito principal para que Olivia Yassudo criasse o Coletivo Amor de Madre, galeria de arte da qual é diretora. Ela funciona em um modelo colaborativo, que reúne diversos artistas. Começou como uma loja de museu voltada ao fun design, depois focou no design experimental, ampliou para uma loja online, abraçou mais o conceito de galeria e expandiu para exposições e feiras internacionais. Nesta semana, a galeria entra para a área de mobilidade e lança seu primeiro aplicativo para smartphones e tablets iOS.

“Somos uma empresa contemporânea que apoia artistas e designers. Sempre deixamos bem claro que não teríamos um modelo fechado, que iríamos trabalhar com arte e design e ser uma empresa livre para mudar conforme achássemos interessante”, conta Olivia.

A ideia de criar um aplicativo foi da Agência D3, responsável pelo desenvolvimento da ferramenta. A galeria precisava expandir os negócios, mas queria manter a estrutura familiar da empresa. A solução encontrada foi investir mais no universo online e, aos poucos, fechar as portas físicas. “Pensamos em quanto conseguimos emocionar as pessoas online, e o aplicativo pode fazer isso, pode emocionar o cara lá no Japão. O smartphone está muito mais presente na nossa vida, o modelo de site já está arcaico”, diz a empreendedora.

O app vai disponibilizar informações sobre o Coletivo Amor de Madre, as ações, acervo e projetos da galeria no mundo. A cada 15 dias, uma obra ganhará destaque e poderá ser comprada pelo dispositivo móvel, por Paypal. A primeira será a Royal Mahuid, obra em bronze fundido do estúdio chileno Great Things to People (veja foto acima). Enquanto o e-commerce foca em obras com preços mais acessíveis e com estoque maior, o aplicativo vai destacar peças limitadas ou únicas das exposições do grupo. Mas a diretora garante que a ferramenta não será voltada somente para as classes mais altas. “Queremos que as pessoas realmente criem o hábito de se informar sobre as peças. Temos muitas questões socioeconômicas que a arte contemporânea pode abordar. Como compra, o app é para a classe A, mas ter conteúdo, participar e desenvolver temas que podem mudar a vida das pessoas é um processo para todos”, afirma.

O plano da galeria é adicionar som ao aplicativo, com a voz do próprio artista contando a história e inspiração das obras. Em setembro, o app deve ter a versão em inglês, e estará compatível com Android até o final do ano. Não há previsão para o Coletivo Amor de Madre finalizar as atividades na galeria física, mas as vendas por e-commerce já representam 60% do total. “O aplicativo, inicialmente, vai contribuir muito pouco para as vendas, até que se torne mais comum para as pessoas comprarem pelo celular”, prevê Yassudo.

 

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