O Brasil avança em conversas com empresas internacionais de semicondutores para a aquisição da tecnologia com o objetivo de montar o supercomputador que faz parte do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA).
“Tudo tem que passar por um processo licitatório normal, mas as condições estão identificadas e a disposição de participar (por parte das empresas)”, anunciou Luis Fernandes secretário executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em conversa com este noticiário durante sua presença no Rio Innovation Week, evento que acontece até sexta-feira, 16, na região portuária do Rio de Janeiro.
Semicondutores aceleradores de IA
Fernandes também comentou que há outras possibilidades de cooperação para o desenvolvimento de um grande modelo de linguagem em língua portuguesa, também na área de chips aceleradores para a inteligência artificial. “Há um conjunto de alternativas de cooperação internacional que estão sendo exploradas”, disse.
A ideia é que o supercomputador fique no Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) de modo a atender as demandas de centros de pesquisa na área. A máquina, inicialmente batizada de Santos Dumont, deverá ser utilizada também pela iniciativa privada e alimentada por energias renováveis.
Em conversas com Portugal, África e América Latina
Fernandes comentou ainda que o Governo Federal está atento a outros tipos de cooperações e parcerias e que o modelo de desenvolvimento do LLM ainda não foi definido. Tudo está em aberto.
“Pretendemos desenvolver uma linguagem de grande escala e de impacto global. Por isso, tem que ser uma robusta e sofisticada. Os caminhos para chegar lá não estão predeterminados”, afirmou.
Entre as cooperações, o ministério já iniciou conversas com Portugal para uma cooperação no desenvolvimento do grande modelo de linguagem na língua portuguesa. Há também um desejo de formular parcerias com países da África e latino-americanos.
“Tem várias iniciativas em curso, mas estão em fase de negociação”, contou sem dar maiores detalhes.
Próximos passos: definir como os recursos serão disponibilizados
Para a criação do LLM, o MCTI disponibilizará recursos por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), seja a partir de concessão de crédito para quem queira participar do desenvolvimento (montante entregue via Finep) ou por meio de chamada pública a partir de subvenção econômica, organizada também pela Finep. O modelo de distribuição dos recursos ainda não foi definido e, portanto, os editais ainda não estão abertos, mas Fernandes estima que tudo deva ser anunciado em breve.
“Não deve demorar porque esta parte dos recursos é nosso”, disse.