Cada operadora norte-americana está apostando em uma abordagem diferente para a chegada da 5G, pelo menos na fase inicial da implantação, já nos próximos meses e no começo de 2019. Se no primeiro momento as estratégias não são iguais, em médio e longo prazo, o objetivo de todas é o de assegurar o máximo de espectro possível, incluindo tanto as faixas sub-6 GHz quanto as ondas milimétricas.
A T-Mobile entende que o melhor ponto de partida para 5G é a faixa de 600 MHz, apesar de também ter mmWave e de esperar pela próxima licitação de frequência a ser realizada pela agência norte-americana, a Federal Communications Commission (FCC). Porém, a companhia também espera por uma futura fusão com a Sprint, caso seja aprovada. “Esse é uma grande vantagem da combinação, porque teremos espectro baixo, médio e alto”, destaca o CTO da tele, Neville Ray.
À parte da possível fusão com a T-Mobile, a estratégia da Sprint ficou em evidência durante o Mobile World Congress Americas, que ocorreu nesta semana em Los Angeles, Estados Unidos. A companhia aposta na faixa de 2,5 GHz, combinando com a tecnologia de múltiplas entradas e saídas (MIIMO) massiva. “Hoje, dois terços dos nossos sites já têm 2,5 GHz. Como temos 160 MHz nessa faixa, a ideia é usar o Massive MIMO para lançar 4G e 5G ao mesmo tempo, usando o mesmo site, em modo dividido”, declara o CTO da operadora, Dr. John Saw. A faixa de 3,5 GHz (CRBS), pelo menos por enquanto, está descartada pela empresa. “O foco é mais no 2,5 GHz, vamos usar até o último megahertz que temos.” Ele confia na disponibilidade grande de ecossistema já compatível com a banda 41 em LTE – como é o caso do Brasil desde 2012. Saw criticou entretanto a falta de infraestrutura. “Não acho que há sites macro suficientes para 5G neste país, e precisaremos de muitas small cells”, diz.
A Verizon, por sua vez, testa a aplicação em 28 GHz, que já está em funcionamento em algumas cidades selecionadas, como Los Angeles, Sacramento, Houston e Indianápolis. De acordo com a diretora-executiva de rede da tele, Nicola Palmer, o receio com a aplicação de ondas milimétricas foi aplacado após os testes, conseguindo desempenho técnico melhor do que o esperado. “Isso nos deu confiança para lançar a banda larga fixa sem fio”, afirma. Ele ressalta que é apenas o começo, mas garante que a operadora fará investimento forte em fibra para suportar o tráfego no backhaul. “Vamos construir o máximo que pudermos, mas não teremos apenas fibra nossa”, explica.
A AT&T também está com lançamento comercial. A empresa anunciou recentemente a intenção de levar a 5G em 19 cidades, das quais 12 somente neste ano. O foco será também em mmWave. O presidente da AT&T Labs e CTO da operadora, Andre Fuetsch, destaca a necessidade de modernização da rede de transporte, incluindo redes definidas por software (SDN) e virtualização de funções de rede (NFV) e a de abrir códigos para poder contar com o talento de desenvolvedores. “Estamos focando em deixar a rede pronta. Desde o começo deste ano, todo rádio posicionado na rede está pronto para 5G. Começaremos nas ondas milimétricas,, mas também chegará às ondas sub-6 GHz”, destaca Fuetsch.