Há um desequilíbrio hoje no Brasil em bandas médias quando se compara a alocação de espectro licenciado (aquele licitado para uso pelas operadoras) e não licenciado (aquele que não depende de uma licença da Anatel, como as faixas usadas por redes Wi-Fi). É o que apontou a diretora regulatória da Claro, Monique Barros, durante debate no Painel Telebrasil 2021, nesta terça-feira, 14. 

Segundo a executiva, o Brasil tem alocados, hoje, 575 MHz em bandas médias para telefonia móvel e 663 MHz para uso não licenciado. Considerando o leilão de 5G e a decisão da Anatel de liberar 1.200 MHz na faixa de 6 GHz para Wi-Fi 6E, serão 1.065 MHz para uso licenciado e 1.883 MHz para não licenciado em bandas médias.

“Em razão do aumento de demanda do 5G, não faria mais sentido um equilíbrio nessa alocação? De repente deixar 500 MHz para não licenciado e 700 MHz para licitação futura em 6 GHz?”, comentou a executiva, convidando a Anatel a revisitar a decisão sobre a faixa de 6 GHz.

Ericsson

A Ericsson concorda com a reivindicação da Claro. Seu diretor de tecnologia, Paulo Bernardocki, presente no mesmo painel, trouxe os números de um relatório internacional sobre o aumento do tráfego móvel até 2030 nas 25 maiores cidades do mundo. Em São Paulo, por exemplo, estima-se que serão necessários entre 2,4 GHz e 2,8 GHz para uso licenciado entre 2025 e 2030 para dar conta do aumento no uso de serviços móveis decorrente de aplicações em redes de quinta geração.

“A intensificação de rede é uma opção, mas tem limite. Existe ainda a questão da pegada de carbono e a dificuldade de se instalar novos sites, assim como o custo da própria rede. Então chega o momento em que é preciso mais espectro para absorver o tráfego”, analisou.

O diretor da Ericsson sugeriu também a revisão do uso da faixa de 800 MHz e a alocação da faixa de 600 MHz, ambas para o 5G, de forma a melhorar o alcance dessa tecnologia em áreas remotas.

 

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