A Oi encerrou o terceiro trimestre deste ano com redução em receitas e aumento no prejuízo líquido, segundo o balanço financeiro divulgado nesta quarta-feira, 14. Porém, a companhia destaca que, mesmo antes de executar o aumento de capital de R$ 4 bilhões, já tem procurado aumentar os investimentos com foco na fibra e na expansão da cobertura 4G por meio do refarming.

A receita líquida total no trimestre caiu 8,1%, somando R$ 5,481 bilhões. No acumulado de nove meses, a redução foi de 7,1%, somando R$ 16,70 bilhões. Todos os serviços mostraram recuo nos comparativos com 2017, mas a maior redução foi no segmento residencial, onde a empresa caiu 10,2% no trimestre (total de R$ 2,08 bilhões) e 7,3% no acumulado (R$ 6,40 bilhões). Em mobilidade pessoal (incluindo receita de aparelhos e uso de rede), foi de 6,3% no trimestre (R$ 1,77 bilhão) e 5,3% no acumulado (R$ 5,29 bilhões). O B2B também caiu: 7,6% no trimestre (total de R$ 1,45 bilhão) e 7,7% no acumulado (R$ 4,55 bilhões).

A companhia afirma que a comparação anual foi impactada pelo reajuste de tarifas ocorrido em julho de 2017, com reflexo nos segmentos residencial, mobilidade pessoal e pequenas empresas. Destaca ter havido melhora na comparação sequencial, com desaceleração de queda após desempenho em mobilidade. Também ressalta impacto da queda de tráfego de voz e da queda de receitas de interconexão.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBTIDA) de rotina somou R$ 1,46 bilhão no trimestre, uma queda de 9,1%. Considerando o período de janeiro a setembro, totalizou R$ 4,60 bilhões, redução de 7,1%. A margem EBTIDA de rotina no trimestre caiu 0,3 ponto percentual e ficou em 26,6%, enquanto no acumulado ficou estável em 27,5%.

O prejuízo líquido da companhia totalizou R$ 1,34 bilhão, contra R$ 19 milhões no terceiro trimestre de 2017. Comparado ao segundo trimestre de 2018, ficou relativamente estável. No acumulado do ano, contudo, a Oi ainda apresenta um lucro líquido de R$ 27,95 bilhões devido ao resultado do primeiro trimestre. Em comparação, o período de nove meses em 2017 registrou prejuízo de R$ 4,34 bilhões.

A dívida líquida encerrou setembro em R$ 10,97 bilhões, aumento de 9,5% em relação ao segundo trimestre. O caixa disponível caiu 33,1% no comparativo anual e fechou o trimestre em R$ 5,16 bilhões. O fluxo de caixa operacional (EBTIDA – Capex) foi negativo no trimestre, com R$ 67 milhões. No acumulado do ano, foi positivo em R$ 573 milhões, mas com queda de 467,9%.

Investimentos

Em relação a investimentos, a companhia destaca a antecipação do ciclo previsto no plano de Capex incremental devido à expansão da rede FTTH e da cobertura 4G (incluindo LTE-Advanced). O refarming da faixa de 1.800 MHz já alcançou 22 cidades neste ano, e a estratégia é de “futuramente” também migrar a tecnologia LTE para a faixa de 2,1 GHz. Ao final de setembro, a Oi chegou a 3.407 municípios com 2G; 1.631 municípios com 3G (aumento de 8,6% no comparativo anual) e 836 localidades com LTE (avanço de 183%).

No trimestre, o Capex foi de R$ 1,53 bilhão, aumento de 13,4% na comparação anual. No acumulado do ano, a empresa investiu R$ 4,02 bilhões, avanço de 4,5%.

A Oi também afirma que a estratégia de reuso da rede para expansão da fibra permitiu alcançar a meta para o ano inteiro ainda em outubro, com 25 cidades cobertas com FTTH. A expectativa é encerrar o ano com mais de 1 milhão de homes-passed. Segundo a companhia, com a estratégia de aceleração de venda de fibra até a residência por meio do reuso da rede, passou também a oferecer IPTV no FTTH, mas a empresa não revelou ainda em quais localidades ou quantos acessos nessa tecnologia já foram instalados.

Operacional

A Oi encerrou setembro com 58,83 milhões de unidades geradoras de receita, uma redução de 6,5%. As UGRs residenciais caíram 5,9%, totalizando 15,17 milhões. Desse total, 5,02 milhões eram de acessos de banda larga fixa (queda de 3,7%), 8,58 milhões de telefone fixo (redução de 9,4%) e 1,58 milhão de TV paga (aumento de 9%). A ARPU residencial caiu 1,2% e ficou em R$ 80,2.

O segmento de mobilidade pessoal caiu 8% e ficou em 36,45 milhões de acessos. Nesse segmento, 29,10 milhões eram de pré-pagos (redução de 11,3%), e 7,36 milhões de pós-pagos (aumento de 7,8%).

Já o B2B ficou praticamente estável (aumento de 0,3%), com 6,57 milhões de UGRs. Além disso, a companhia encerrou setembro com apenas um telefone público a menos do que em 2017, totalizando 640 UGRs.