A Black Friday de 2021 no varejo teve um resultado de R$ 7,3 bilhões, uma leve queda de 0,6% ante a data promocional de 2020. Fernando Baialuna, diretor de indústria da GfK, explicou durante live nesta terça-feira, 14, que a Black Friday “andou de lado” diante dos problemas no comércio durante o penúltimo trimestre de 2021, o mais complicado para o setor desde 2015 e 2016.
“A economia afeta as classes C e D com menor poder de compra; e isso leva ao cenário do consumidor mais seletivo, e talvez mais restrito. Ou seja, eu (consumidor) compro uma fritadeira sem óleo (Air Fryer, no jargão popular), não o smartphone que desejava”, explicou.
Ou seja, o consumidor preferiu produtos de tíquete médio baixo, para não comprometer o orçamento. Baialuna deu como exemplo o consumidor do nordeste, que investiu justamente em air fryers.
“As classes C e D têm demanda reprimida. Mas é preciso saber como posicionar o produto premium, como acontece nos affordables premium em smartphones”, concluiu. Um exemplo dado durante a live é que dos dez smartphones mais vendidos, apenas um é premium. Por e-mail a esta publicação, o executivo explicou que affordable premium são os handsets que o consumidor escolhe para caber no bolso, renunciando a alguns itens e priorizando outros que para ele são importantes.
Comerciantes
Pela ótica dos lojistas, o executivo da GfK explicou que, embora o terceiro trimestre de 2021 tenha sido abaixo do esperado e sem redução do estoque, o resultado da Black Friday foi similar a 2020. Ou seja, a data promocional manteve seu próprio ritmo de vendas, ante os meses ruins de setembro e outubro.
“O desafio é fazer a Black November, não só a data. O consumidor ainda espera até o último momento. Há uma redução da oferta nas duas semanas anteriores e volta na semana da Black Friday. Se estamos trabalhando o mês, o salto nessas semanas empurra o consumidor”, disse. “Agora é trabalhar o giro (de vendas) no saldão de janeiro”, prevê.