A operadora de telefonia móvel internacional Millicom confirmou o recebimento de proposta de compra feita pela Liberty Latin America, indicando possibilidade de fusão que pode acirrar a competição já encarada por grupos como América Móvil, Telefónica e AT&T no mercado latino-americano. Em comunicado para a imprensa, a Millicom não divulgou os valores propostos, limitando-se a informar que a oferta recebida é preliminar e não vinculante. A negociação foi confirmada pela Liberty.
Presente com a marca Tigo em nove países da América Latina (Bolívia, Colômbia, Paraguai, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua e Panamá) e dois da África (Chade e Tanzânia), a Millicom soma mais de 53 milhões de acessos móveis, além empreender uma recente expansão de serviços fixos e via cabo; em dezembro último, por exemplo, a companhia fechou a aquisição, por mais de US$ 1 bilhão, de 80% da panamenha Cable Onda. Serviços financeiros móveis e de programação também fazem parte do portfólio. A empresa sueca de investimentos Kinnevik AB tinha 37,9% do controle de voto sobre a Millicom (sediada em Luxemburgo) até dezembro passado.
A Liberty Latin America, por sua vez, atua em 21 mercados consumidores da América Latina e Caribe (ela controla as operadoras Cable & Wireless, VTR, Televisora e Liberty Cablevision – Porto Rico); no segmento corporativo, a presença alcança 30 países. O grupo soma 5,3 milhões de unidades geradoras de receita (UGRs) em serviços fixos, além de operar uma rede de cabos submarinos de 50 mil quilômetros de extensão que conecta 40 países. No segmento móvel, a penetração do grupo ainda é restrita ao Caribe e Panamá, onde possui cerca de 3,5 milhões de acessos. A Liberty Latin America atua de forma independente frente à operadora internacional de TV por assinatura Liberty Global desde janeiro de 2018.