O Brasil é o país da América Latina com mais espectro alocado para operadoras móveis, sendo o único da região que fica no nível das referências de mercados desenvolvidos como o Reino Unido e os Estados Unidos. São 630 MHz disponibilizados para as teles brasileiras, contra 606,5 MHz para as britânicas e 650,5 MHz para as norte-americanas, de acordo com estudo da associação global do ecossistema móvel GSMA divulgado nesta quinta-feira, 15. A título de comparação, o segundo país latino-americano em espectro atribuído às operadoras é o Chile, com 470 MHz; seguido da Argentina, com 450 MHz; México, com 449 MHz; e Peru, com 424 MHz.
Desses 630 MHz do mercado brasileiro, cerca de 100 MHz são para as faixas de 700 MHz e 850 MHz. Os maiores blocos estão na frequência de 1.800 MHz, 2.100 MHz e 2.600 MHz, enquanto a menor parcela é em 900 MHz. Até o momento, as operadoras nacionais têm utilizado as faixas de 700 MHz, 1.800 MHz (através de refarming) e 2.600 MHz para o LTE, com implantações de agregação de portadoras.
Segundo o estudo, o desempenho em toda a região é muito variado, com nove entre os 18 países pesquisados tendo liberado menos de 350 MHz para a operação móvel. Vale ressaltar que a GSMA não considera frequências ainda não utilizadas pela imaturidade do ecossistema de dispositivo, como no caso das faixas AWS-4, AWS-3 TDD e bloco H nos EUA; e 2.100 MHz TDD, 3,4 GHz e 3,6 GHz no Reino Unido.
A faixa mais comum na América Latina é a de 1.800 MHz, presente em todos os países no estudo. Por outro lado, nações como o Uruguai (sexta colocada em quantidade de espectro), Honduras, Paraguai e Nicarágua não contam com a faixa de 2.600 MHz, tipicamente dedicada à 4G. No caso de Panamá, Guatemala e El Salvador, nas três últimas posições, nem mesmo a faixa de 2.100 MHz está disponível.
O estudo utiliza dados da Nera Economic Consulting, complementado com informações da GlobalComms Database da Telegeography e dos próprios reguladores, e se referem à situação do mercado latino-americano até agosto do ano passado. A GSMA ressalta que há reguladores que não publicam informações completas e “há conflitos entre algumas fontes particulares”.