O mercado de start-ups tem crescido a passos largos no Brasil. Só no primeiro semestre de 2015, R$ 170 milhões foram investidos nesse tipo de empreendimento, de acordo com dados da Fundacity. No entanto, manter essas empresas a longo prazo não é tarefa fácil. Uma pesquisa divulgada pelo Startup Genome Report, por exemplo, aponta que mais de 90% delas “quebram” por problemas internos. As principais dificuldades são com relação ao gerenciamento e à tomada de decisão. Como, então, fazer parte dos outros 10% dessa estatística?

A resposta pode estar na análise de dados. Uma organização que não avalia corretamente o mercado e não mensura e estuda as informações que possui já está a meio caminho do fracasso.  A base de qualquer start-up é o planejamento – não apenas financeiro, mas também do produto a ser oferecido. Muitos acham que o negócio de uma start-up são suas ideias inovadoras, mas isso não é verdade. O negócio de qualquer empreendimento é atender às necessidades de seu cliente.

Reunir informações de mercado, dados públicos, realizar pesquisas, cruzar e analisar detalhadamente todas essas fontes fornece um panorama amplo do presente e, muitas vezes, permitem prever o futuro do setor em questão. O mesmo deve ser feito com a concorrência. Saber o que eles oferecem e – principalmente – o que não oferecem aos potenciais clientes pode definir, não apenas a estratégia de vendas, mas também as principais características da solução a ser oferecida.

Decidido o produto, uma nova fase começa no desenvolvimento dessa solução. Criar mecanismos para captar dados dos usuários ajuda a oferecer uma experiência diferenciada para cada um deles. O ideal é olhar para o universo de informações possíveis e ver até que ponto elas podem ser usadas sem ferir a privacidade das pessoas e de que maneira beneficiam cada indivíduo.

Com a estrutura pronta, um dos grandes desafios no dia a dia dessas empresas é manter a inovação constante e de forma assertiva, especialmente em tempos de instabilidade econômica. Uma pesquisa do Simpi (Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo) aponta que 66% dos empresários acreditam que a retração será prejudicial aos negócios. Nesse ponto, as start-ups saem na frente, por conta de sua flexibilidade. Mas mudanças não podem ser feitas sem base, e aqu, uma boa análise das informações internas e externas ajuda a definir o futuro de uma organização.

Nesse ponto, chegamos à administração da companhia de fato. Start-ups criam todos os dias novos modelos de negócios que precisam se sustentar por muitos anos. Analisar os resultados financeiros e administrativos desse modelo e aliá-los aos próprios conhecimentos de mercado – traçados no momento do planejamento – pode mostrar tendências importantes, tanto positivas, quanto negativas. Dessa forma, é possível fazer ajustes com antecedência, a fim de obter sucesso a longo prazo.

As possibilidades do uso de dados são infinitas e essenciais para que qualquer start-up mantenha o crescimento e inovação acelerados. E se a preocupação for com a dificuldade no cruzamento dessas informações, a boa notícia é que existem softwares sofisticados de análise de dados no mercado e alguns fornecedores disponibilizam uma versão gratuita em seu website para apoiar empreendedores nessa jornada. Sabendo disso, basta agora buscar uma boa oportunidade de mercado para investir e fazer com que sua start-up faça parte dos 10% das empresas no mundo que alcançam o sucesso.