A partir de abril deste ano, todos os emissores de cartões pretendem incluir o sensor NFC de pagamento por proximidade nas novas tarjetas fabricadas. Mobile Time conversou com alguns especialistas sobre a adoção do pagamento sem contato no País.
Alessandro Rabelo, diretor executivo de produtos da Visa, lembra que o NFC já existe há dez anos em sua companhia. Com isso, acredita que 2019 será o ano com mais movimentações de transações sem contato no País, principalmente após a aceitação de TEF a partir de 2018. Ele acredita que a adesão do NFC pode ser acelerada pela experiência, como o caso do uso do NFC para pagar o meio de transporte em Londres. No Brasil, ele explica que há casos de sucesso como o uso nas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, e em parques temáticos, como o Beach Park, de Fortaleza.
Rabelo ressaltou ainda que há diversos comércios já adaptados ao pagamento sem contato, como drogarias, postos de gasolina, varejistas e lojas de materiais de construção, e que aguarda os primeiros movimentos de co-branded contactless para este ano, ou seja, aqueles cartões de marca ou varejista que é criado junto a um emissor parceiro.
Por sua vez, para Miltonleise Filho, vice-presidente sênior da Mastercard Brasil, a entrada do NFC é realmente um processo gradual. Para ele, o fato de fintechs como o Nubank estarem adotando a solução pode ajudar a acelerar sua utilização, mas é preciso lembrar que grandes bancos têm uma base maior (milhões de usuários) para atualizar os cartões, portanto, é mais lento que uma fintech.
Com outro olhar, Thaís Fischberg, líder da Worldline na América Latina, lembrou que o NFC ainda depende de um “treinamento” do consumidor e do comerciante para aceitar. Para ela, ainda há muito trabalho de educação a ser feito, pois o NFC está limitado a consumidores de maior renda por meio de carteiras eletrônicas e cartões com mais crédito. No futuro, ela crê que o “contacless card pode ajudar a levar o NFC para uma base maior (e mais carente) de consumidores” e assim migrá-los do cartão para o celular.