A plataforma de vídeo francesa Dailymotion (Android, iOS) chega ao Brasil oficialmente e fecha parcerias com meios de comunicação para ser a ferramenta oficial de vídeos dessas empresas. Entre elas, estão confirmadas: Caras, Exame, TV Cultura, Rádio 89, Estado de Minas, Correio Braziliense, IG e O Dia. A solução assinou com 20 parceiros neste ano e, atualmente, conta com mais de 110 na plataforma, que chegaram organicamente.
No mundo, o Dailymotion, empresa do grupo Vivendi, possui mais de 300 milhões usuários ativos que assistem, em média, a 3,5 bilhões de vídeos a cada mês no player. É a segunda maior plataforma de vídeo do planeta e, segundo David Rios, head para a América Latina da empresa, o Brasil é peça chave para sua expansão pela região.
Neste primeiro momento, a plataforma de vídeos francesa está se concentrando em quatro pilares: entretenimento, notícia, música e esportes. “Estamos construindo relevância para o Dailymotion. Não estamos na etapa de marketing, mas, sim, num momento de reunirmos massa crítica no tráfego brasileiro”, explicou o head para a América Latina. Segundo o executivo, a plataforma aumentou 400% nos últimos dois anos na América Latina espanhola e registrou crescimento de audiência no Brasil de 25% no último ano.
Concorrência e modelo de negócio
Mas, para crescer no Brasil, o Dailymotion precisará concorrer com dois gigantes que dominam o mercado de vídeos na Internet não apenas no País, mas no mundo: YouTube e Facebook, e que já estão bastante consolidados. Para diferenciar-se, a plataforma francesa possui suporte 24h/7, via e-mail, e assessoria para a implementação do player de vídeo no site da empresa parceira. E, no início, para prestar uma assessoria próxima, o serviço de vídeo e streaming monta um grupo no WhatsApp, com um profissional de TI para tirar as dúvidas iniciais.
O modelo de negócios tem abertura para duas modalidades: para se ter o player de vídeo da plataforma, ou o próprio parceiro pode ir atrás de anúncios para inserir em seus vídeos – e, neste caso, o valor da publicidade vai todo para ele – ou o próprio Dailymotion oferece anúncios. Neste caso, divide-se o valor em 50% para cada parte.
“Não somos só uma plataforma de vídeos e de streaming. Pegamos pela mão e vamos mostrar as boas práticas. É um passo além que oferecemos. Somos um parceiro para a estratégia de vídeos para as empresas e a monetização é fruto dessa parceria, explicou Rios.
Outro diferencial do Dailymotion é que não há um excesso de regras como acontece nos principais concorrentes. “Eles são chatos. Não pode monetizar se não tiver 1 milhão de inscritos no canal (segundo Rios, referindo-se ao YouTube), o Google controla o preço e a publicidade do seu vídeo. Somos mais flexíveis e transparentes”, garante Rios. “O YouTube muda as regras e o algoritmo. E, de repente, para você ganhar o mesmo dinheiro que ganhou no ano anterior, precisa ter mais pessoas inscritas no seu canal. Não me leve a mal, o Google revolucionou o mercado e somos parceiros. Mas se você tem o monopólio e só essa empresa dita regras, o mercado perde. É importante diversificar. E o Dailymotion chega com uma nova proposta para quem não quer ficar refém do YouTube”, resume.
Segurança
O Dailymotion usa um algoritmo para controlar o que está sendo publicado na plataforma. O código detecta vídeos com morte, sexo ou outros temas delicados e, além da inteligência artificial, há uma equipe que verifica cada vídeo suspeito.
No mundo
O lançamento oficial do Dailymotion ainda não tem data no Brasil e vai depender dos avanços no combate à pandemia do novo coronavírus. “Queremos abrir um escritório no Brasil, mas estamos esperando a pandemia terminar”, diz.
A empresa possui escritórios em Nova Iorque, Cingapura e Marselha e sua sede fica em Paris. Atualmente, conta com mais de 170 mil produtores/editores de conteúdo, como a EFE, e com mídias como Vanity Fair, CNN, Allure, UFC, The New Yorker, The Hollywood Reporter, Billboard, USA Today, Readers Digest, NASCAR, NBA, entre outros.