97% das empresas de eletroeletrônicos do Brasil estão sofrendo impactos com a pandemia do coronavírus. De acordo com análise da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) feita com 60 empresas, entre os dias 8 e 9 de abril, 54% relataram efeitos intensos, 43% moderados e 3% não perceberam consequências negativas.
Em seu quinto estudo desde o começo da crise, a Abinee descobriu que 47% operam com paralisação total ou parcial em suas fábricas, um crescimento de 23 pontos percentuais em comparação com a última análise de 25 de março. Das respondentes que pararam, 20% estão totalmente paradas e 80% parcialmente. E entre aquelas que não pararam, 5% têm paralisação parcial programada com data definida.
Outro problema percebido na análise é a falta de peças e insumos da China e de outros países. 58% dos associados ouvidos estão com problemas para receber os componentes de fabricação.
Produção
Novamente em comparação com a pesquisa anterior, a Abinee registrou um aumento de 19 pontos percentuais das empresas que não alcançaram a produção prevista no primeiro trimestre de 2019, de 21% para 40%, com produção trimestral 20% abaixo da média projetada.
Além disso, a metade dos empresários acredita que não cumprirá as metas do semestre, sendo que as companhias preveem um resultado 31% abaixo do esperado; 42% das firmas ainda não sabem o possível impacto até o final do ano.
40% dos ouvintes revisaram para 25% abaixo suas estimativas de produção para o ano de 2020.
Finanças
Além disso, 34% das empresas disseram que as medidas adotadas pelo Banco Central não facilitam a adoção do crédito. A análise da Abinee também mostra problema em relação aos custos com fretes: 65% das companhias do setor notaram aumento no preço por embarque. E mais da metade (54%) acredita que os custos devem subir com os aumentos no frete e com as alterações no câmbio.