Em audiência pública da Câmara nesta quarta-feira, 15, o superintendente substituto de Planejamento e Regulamentação  da Anatel, Felipe Roberto Lima, confirmou que a agência trabalha para que o leilão das faixas do 5G ocorra realmente no próximo ano. Ele reiterou que há na agência a preocupação em criar uma modelagem de leilão que tenha como foco o investimento, seja no capital direto, seja na exigência de compromissos. “Estamos refletindo a situação de ampliação de cobertura, especialmente em localidades mais remotas”, afirmou.

Os representantes da indústria, que estiveram na reunião, foram unânimes em afirmar que se trata de um divisor de águas, não só para o setor de Tecnologia da Informação e Comunicações (TICs), mas para a sociedade. Segundo Tomas Fuchs, da Telcomp, “a comunicação M2M por meio da 5G vai poder conectar 1 milhão de dispositivos por quilômetro quadrado. Teremos condições de ter infraestrutura para viabilizar cidades inteligentes, carros autônomos e ações hoje inimagináveis no agronegócio, como controle de vacinação do gado e colheitadeiras autônomas”, afirmou.

O diretor de Relações Governamentais da Qualcomm, Fernando Giacomini Soares, disse que o 5G é prioridade para fornecedora. “É muito mais do que evolução. O impacto na sociedade vai ser parecido de quando a eletricidade passou a ser usada pela população. Haverá não só a ampliação da capacidade, mas a possibilidade de uma banda larga mais eficiente. Trata-se da ampliação da confiabilidade. Isso fará com que o serviço móvel venha a ter a mesma confiança que o sistema cabeado tem hoje. Isso vai gerar um impacto em várias áreas, como educação, saúde e segurança pública”, comentou.

O diretor de Governo e Políticas Públicas da Intel, Emílio Loures, também participou da audiência e afirmou que o 5G deverá fazer parte da estratégia brasileira de transformação digital de forma mais intensa. “Precisamos pensar o 5G ‘além da caixa’. Os novos motores de desenvolvimento da economia serão com base na rede. Por isso, é importante o envolvimento de outros setores da economia no debate. Não é só deslocar a informação, mas tratá-la. O problema vai além da questão específica da comunicação”, disse. Loures aproveitou a oportunidade e ressaltou que o mercado espera “com ansiedade” pelo Plano Nacional de IoT, cujo decreto encontra-se em elaboração desde o governo passado.

O diretor de Relações Governamentais e Assuntos Regulatório da Huawei do Brasil, Carlos Lauria, destacou que a tecnologia 5G afetará toda a cadeia produtiva. Entretanto, comentou que há alguns gargalos a serem resolvidos. “A necessidade de licenciamento e homologação de produtos demanda muito tempo. Isso impacta diretamente na  população. A homologação de um poste que desenvolvemos, por exemplo, leva oito meses”, comentou.

 

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