Anunciada no início do ano, a expansão do programa WiFi Livre SP foi oficializada pela Prefeitura de São Paulo nesta quarta-feira, 15. Até o final de 2020, 501 novos pontos de acesso à Internet devem ser instalados na capital, além de 120 já existentes que serão modernizados – totalizando, assim, 621. Destes, cerca de 300 devem estar ativos ainda em 2019. Credenciada para a instalação e operação da infraestrutura, a America Net terá o Google como parceiro de plataforma e responsável pela monetização do modelo.
Para utilização do serviço pelo público, será necessária a inserção de um número de telefone na plataforma Google Station, ainda não lançada oficialmente pela empresa no País. Com um código temporário, o usuário poderá utilizar meia hora de Internet após assistir 10 segundos de anúncio publicitário; a autenticação pode ser repetida após o fim dos 30 minutos. “O Google vende anúncios que são exibidos antes do acesso do usuário. Essa receita é dividida entre o Google e seus parceiros”, explicou a empresa, em nota.
A Station também é utilizada em redes de Wi-Fi público de países como México, Indonésia, Nigéria, Filipinas, Tailândia e Índia (no caso desta, a marca de 8 milhões de usuários conectados pela plataforma foi alcançada no ano passado). Vale notar que o Facebook também está se movimentando no segmento de Wi-Fi comunitário brasileiro: no início de maio a empresa firmou parcerias com as operadoras satelitais Hughes e Hispamar, que usarão plataforma do grupo no País.
No caso do WiFi Livre SP, a Prefeitura de São Paulo e a America Net não devem coletar dados pessoais, mas apenas informações como velocidade de conexão, acessos simultâneos e consumo de banda. Pelo Google, serão usados e armazenados temporariamente o número de telefone e o endereço MAC do aparelho do usuário, afirmou a empresa. A gestão municipal de São Paulo nota que leis como o Marco Civil da Internet e a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) foram consideradas durante a modelagem do programa.
Em evento de lançamento realizado no bairro do Itaim Paulista, na zona leste de São Paulo, o prefeito da cidade, Bruno Covas (PSDB), e o secretário municipal de Inovação e Tecnologia, Daniel Annenberg, também destacaram a economia gerada pelo novo formato do Wi-Fi Livre SP – que até então demandava cerca de R$ 12 milhões ao ano da Prefeitura. Com as parcerias podendo explorar receitas com anúncios, o custo cai para R$ 1 milhão anual, com a credenciada assumindo o investimento.
No caso da America Net, o aporte é orçado em R$ 20 milhões (o edital para novos credenciamentos segue aberto até 24 de maio, observa Annenberg), ainda que a infraestrutura da empresa, que inclui rede ótica de mais de 18 mil km, garanta sinergia no contrato de 60 meses. Até o momento, 36 pontos de acessos foram modernizados entre os 120 que já operavam na cidade; a conclusão desta fase deve ocorrer entre julho e agosto. Entre os novos, quatro já estão ativos, com a instalação em larga escala prevista também para julho. A oferta do Wi-FI será habilitada em ambas as frequências de 2,4 GHz e 5 GHz. Cada usuário individual deve receber conexão efetiva de no mínimo 512 kbps.
Quando completa, a rede pública de Wi-Fi terá a zona leste de São Paulo como região mais favorecida, com 222 pontos dos 621 previstos. Em seguida estão a zona sul (173 pontos), norte (113), oeste (65) e centro (48). Entre os equipamentos públicos atendidos constam 237 praças, além de bibliotecas, telecentros, clubes, teatros, unidades de saúde, parques (só o do Ibirapuera terá dez unidades), pontos turísticos, centros culturais, FabLabs, subprefeituras e centros educacionais unificados (CEUs). Há garantia contratual de sinal em no mínimo 50% da área de parques e CEUs e 70% em demais localidades.