A Comissão da União Europeia aprovou nesta segunda-feira, 15, a compra da Activision Blizzard pela Microsoft por US$ 69 bilhões, uma operação iniciada em janeiro de 2022. Na visão do regulador, a compradora se comprometeu a resolver os problemas de competição e principalmente trazer melhorias para o ecossistema de jogos eletrônicos, em especial no segmento de serviços em nuvem.

Para isso, a comissão da UE impôs dois remédios à fusão:

  • Uma licença gratuita para consumidores na União Europeia que permita acessar os jogos atuais e futuros da Activision Blizzard para PC e console para os quais eles tenham uma licença, isso poderá ser feito em qualquer serviço de streaming de jogos em nuvem.
  • Uma licença gratuita correspondente para provedores de serviços de jogos em nuvem com intuito de permitir que os jogadores da UE acessem os games da Activision Blizzard em PCs e consoles.

Ou seja, os usuários que compraram os jogos da Activision Blizzard poderão acessar os jogos em qualquer plataforma; serão disponibilizados jogos da Activision para todas as plataformas de cloud gaming, inclusive as pequenas; e os jogos deverão ter a mesma qualidade e conteúdo na nuvem em comparação ao download original.

Na visão da UE, os remédios empoderam os seus consumidores, uma vez que podem usar qualquer plataforma de cloud gaming que opera na região: “É crucial proteger a competição e a inovação em uma indústria tão dinâmica e crescente. A nossa decisão representa um passo importante nesta direção, ao trazer os jogos populares da Activision para mais dispositivos e consumidores que antes, graças ao cloud gaming”, disse Margrethe Vestager, vice-presidente executiva responsável pela competição na UE.

Disputa

Imagem explicativa da Comissão da UE sobre a compra da Activision pela Microsoft

Em inglês, Comissão da UE explica remédios, barreiras rompidas e tamanho do mercado endereçado na operação (reprodução: Comissão da UE)

A Activision Blizzard tem entre os jogos de sucesso de seu portfólio Call of Duty, World of Warcraft, Diablo e Candy Crush. A aquisição pela Microsoft trouxe receios aos demais players em não conseguir acesso aos jogos da empresa comprada, uma vez que a compradora tem a plataforma de jogos em nuvem Xbox Game Pass e o console Game Pass e poderia deixar os games exclusivos em seu ecossistema de produtos e serviços. A empresa que mais reclamou foi a Sony, rival direta da Microsoft no mercado de consoles e cloud gaming.

Outros países

A decisão da UE acontece pouco menos de um mês após o regulador britânico barrar a compra. Diferentemente da comissão europeia, o Reino Unido aplicou remédios mais severos à Microsoft, como se desfazer da Activision ou da Blizzard para não ter as franquias Call of Duty ou World of Warcraft. Por sua vez, a compradora ofereceu “remédios comportamentais” que a CMA do Reino Unido viu que não eram suficientes.

De acordo com a UE, o mercado de jogos em nuvem na Europa tem uma receita anual de 300 milhões de euros, ante 6 bilhões de euros dos consoles. Globalmente, o mercado em nuvem tem 1% do total da receita dos jogos. Mas o Reino Unido aponta que este segmento está em franco crescimento e deve chegar aos 11 bilhões de libras (R$ 67 bilhões, na conversão atual) em 2026.

No Brasil, o Cade aprovou a operação em outubro de 2022, sem restrições ou remédios.

 

*********************************

Receba gratuitamente a newsletter do Mobile Time e fique bem informado sobre tecnologia móvel e negócios. Cadastre-se aqui!