O Nubank (AndroidiOS) chegou ao seu primeiro milhão de clientes na Colômbia. A informação foi compartilhada pela cofundadora e chief growth officer, Cristina Junqueira, durante encontro dos executivos do banco com a imprensa nesta quarta-feira, 15.

Junqueira afirmou que a estratégia da companhia no mercado colombiano será similar àquela do Brasil, com baixas tarifas bancárias, menores juros, além de produtos e serviços financeiros de qualidade e eficiência na entrega ao cliente.

Também afirmou que desejam replicar o ritmo de lançamentos realizados no mercado mexicano. Deu como exemplo o lançamento da oferta de crédito pessoal, produto que deve chegar aos colombianos após o lançamento da conta digital.

David Velez, CEO e cofundador do Nubank, afirmou que há uma lista de espera para 500 mil clientes que desejam se tornar correntistas na Colômbia. Explicou ainda que a meta para a fintech neste ano é ter um modelo de negócios bem definido no México e na Colômbia, algo que depende de:

  • Ganhar escala;
  • Manter o nível de inadimplência sob controle;
  • Ter uma marca importante;
  • Possuir fundos para financiar a operação de crédito, algo que virá com o avanço das contas digitais.

A partir desses pilares, Velez afirmou que deseja lançar mais produtos nos países para seguir uma esteira similar ao Brasil. Vale dizer, o México está caminhando para ter três produtos do Nubank, enquanto o Brasil criou 45 apenas em 2023.

O Nubank deve chegar no breakeven tanto no México quanto na Colômbia até o final de 2024. Em seguida, cogita partir para outros mercados da região. Esta é a primeira vez que os executivos falam abertamente em expandir para o resto da América Latina.

Nubank em expansão

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Guilherme Lago, CFO do Nubank, apresenta os números do México comparando com o Brasil (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)

Um ano antes, os executivos do Nubank afirmavam que essa estratégia de expansão era de médio e longo prazo. Mas os recentes dados do México mostram que o ritmo de adoção e adesão de clientes é muito rápido. Comparando os primeiros 19 trimestres do mercado brasileiro com um ano da operação mexicana, Guilherme Lago, CFO da fintech, afirmou que o México ultrapassou em todos os quesitos, como: correntistas, penetração na população total, depósitos e cartões de crédito emitidos.

Lago afirmou que há muito espaço para crescer em receita média por usuário (ARPAC, algo similar ao ARPU) na América Latina. Atualmente, o Nubank tem um ARPAC de US$ 11,4 ante uma média de US$ 45 na região latino-americana, algo que mira crescer principalmente com cross-sell e oferta de novos produtos e serviços.

Uma das formas de crescimento é por meio do Shopping Nu, o hub de comércio da marca com mais de 200 parceiros. O cofundador afirmou que o Nubank tem potencial para ser a maior plataforma de comércio da América Latina sem ser um e-commerce.

Round 1

Velez ressaltou várias vezes que “este é o primeiro tempo do Nubank” e que a companhia não vai parar nos 100 milhões de usuários que atingiu neste mês de maio. Inclusive, afirmou que esta primeira centena de milhão de clientes é “pequena” se considerar o todo do mercado financeiro na América Latina.

“Temos menos de 4% no mercado de serviços financeiros do Brasil, que é US$ 145,7 bi, e menos de 1% no México e Colômbia. Ainda somos uma formiguinha, mas podemos continuar em cinco anos e ser uma das maiores em termos de lucro e ativo”, afirmou.

Nessa estratégia, o banco trabalha com um tripé de:

  1. Ser o primeiro banco da América Latina;
  2. Construir uma plataforma omnichannel;
  3. E fazer a expansão internacional.

Velez afirmou ainda que o processo de expansão no Brasil, México e Colômbia mostra a resiliência da companhia e que o banco conseguiu comprovar que este modelo de negócio deu certo e pode crescer em outros países, uma vez que os três locais estão entre aqueles com mais fricções no mundo.

“Banco é a maior indústria do mundo com US$ 6,5 trilhões. A transformação dessa indústria está acontecendo, mas as fintechs têm menos de 1% (0,4%) desse mercado. Nós mostramos que dá para escalar, e estamos na posição de melhorar e guiar esse crescimento. 100 milhões é pouco considerando o global. Temos décadas à frente de trabalho”, concluiu.