A USP e o governo do estado de São Paulo apresentaram nesta quinta-feira, 15, o Observatório de Transformação Digital do Estado de São Paulo. Localizado no Inova USP, na Cidade Universitária, o espaço vai unir governo (federal, estadual e municípios), academia e associações empresariais para coletar, higienizar e compartilhar dados públicos sobre transformação digital.

Em conversa com Mobile Time, Marcelo Zuffo, professor do Inova USP, afirmou que os dados ainda não estão definidos. Explicou que o trabalho será em ciclos, sendo que o primeiro é o de criação de grupos de trabalho para definir os indicadores primários.

Em diálogo inicial com 25 cidades, Zuffo explicou que os prefeitos do interior paulista pediram mais atenção ao impacto da transformação digital em mudanças climáticas, educação, trabalho e saúde. Isso ainda envolve autodeclaração e certificação para coleta de dados da universidade junto às prefeituras.

De acordo com o professor Alex Abiko, da Escola Politécnica da USP e autor da norma que regulamenta as cidades inteligentes junto à ABNT, o plano é criar uma “fotografia” da realidade urbana e com isso trazer melhoras e políticas públicas em um espaço onde vive 85% da população brasileira.

Observatório dentro do Inova USP

Com um espaço de 150 metros quadrados dentro do Inova USP, o grupo terá o apoio de dois pós-doutores e quatro estagiários. Com apoio do governo do estado e suas secretarias da Casa Civil e Ciência, Tecnologia e Inovação, o diretor do Inova USP explicou ainda que o estado disponibilizou a estrutura de dados e tecnologia da Prodesp para armazenamento e compartilhamento dos dados que serão usados no Observatório.

Como um dos representantes das associações, a presidente da Abese, Selma Migliori, afirmou que deve participar compartilhando dados sobre o mercado de segurança eletrônica, de modo que a academia possa fazer “correção de rota” e trazer mais qualidade a produtos do setor, assim como ajudar os municípios a desenvolverem políticas públicas. Isso inclui também analisar o impacto das redes móveis no estado.

Além da Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança, o Observatório terá apoio do Fórum Brasileiro de IoT, Rede Nacional de Consórcios Municipais, Movimento Ona Favela Tech e de parques tecnológicos do estado de São Paulo.

Abiko afirmou que futuramente, o Observatório poderá ser levado para outros estados. Sobre essa expansão, Zuffo afirmou que é possível, uma vez que a USP tem essa experiência na troca de dados com outras instituições. Também afirmou que há a possibilidade de incluírem mais parceiros nos próximos meses.

Imagem principal: Representantes da reitoria da USP, Inova USP, MCTI, da Frente Parlamentar pelo Desenvolvimento da Ciência, Tecnologia, Inovação da Alesp, e do governo do estado de SP (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)