A iniciativa OpenCare 5G do Hospital das Clínicas de São Paulo apresentou a primeira etapa de seu projeto com rede privativa 5G com padrão de rede aberta (OpenRAN) nesta quinta-feira,15. A primeira prova consiste no uso de uma rede própria de quinta geração para efetuar um exame de ultrassom à distância.
O projeto consiste em uma rede privativa na frequência de 3,5 GHz com banda de 100 MHz para levar as imagens de ponta a ponta. Neste primeiro exame feito no Instituto de Radiologia (INRAD) do HC, o local na Zona Oeste da cidade de São Paulo contava com modem 5G e antena 5G Airspan; o sinal foi enviado até o data center do Itaú, na Avenida do Estado, e voltou para o HC, mas em outro modem 5G. Na prova desta quinta-feira, a taxa de latência variou entre 10 e 15 m/s e a velocidade mais alta da rede ficou em 700 Mbps.
A próxima etapa do projeto é um teste em uma cidade da região da Grande São Paulo, a ser definida. E depois será feita uma prova em uma região ribeirinha no Norte do País.
Feito em parceria com Itaú, Siemens Healthineers, NEC, TIP, ABDI e Poli-USP, o OpenCare 5G foi costurado pela Deloitte, como explicou Marcia Ogawa, sócia líder em TMT na Deloitte, durante o evento de lançamento da iniciativa.
“Nós visualizamos usar o 5G no HC porque é um hospital escola. Nós conduzimos uma sessão com médicos para tentar achar casos de uso. Descobrimos 50, sendo que, desses, o ultrassom fazia mais sentido, pois tem impacto na sociedade. Esse caso pode inspirar para levar (redes privativas e aplicações) para várias indústrias”, afirmou a executiva. “Convidamos os parceiros e acreditamos que eles têm que se beneficiar. Cada um alocava seus melhores engenheiros. As empresas financiaram e o HC entrou com a mão de obra e o capital intelectual”, completou.
Por sua vez, Augusto Dantas Nellessen, superintendente de TI do Itaú, explicou que a participação do projeto é uma continuação do Todos Pela Saúde, programa feito pelo banco com outros parceiros para ajudar em ações sociais e sanitárias durante a pandemia do novo coronavírus.
“Um dos problemas que tivemos no Todos Pela Saúde foi conectar o sistema com as unidades. Na época, usamos satélite, 3G, todo tipo de tecnologia. Fizemos um estudo com esse tipo de conectividade e IA para o acesso. Agora, o que estamos demonstrando aqui é um exame e um acesso remoto, sem IA. A inteligência fica com a aprovação do médico”, completou.