saúde

Ilustração: Cecília Marins/Mobile Time

Depois de realizar o primeiro exame de ultrassom à distância em rede privativa 5G, o Hospital das Clínicas (HC) de São Paulo quer avançar para a oferta de teleconsulta. A informação foi confirmada por Giovani Cerri, presidente do conselho de administração do HC, durante o lançamento da iniciativa que foi batizada como OpenCare 5G.

“Teleconsulta será a próxima área (do projeto). Em muitas regiões, inclusive regiões periféricas de São Paulo, o sinal de Internet não é adequado e transforma a teleconsulta em um exercício difícil. É uma comunicação difícil com o paciente, várias interrupções, cai o sinal.  A teleconsulta que já está sendo usada amplamente, será beneficiada com o sinal (público) do 5G. E, onde não há sinal de Internet, podemos desenvolver uma rede privativa através do OpenCare”, afirmou Cerri.

“O OpenCare 5G foi testado na questão do ultrassom, pois é a questão de imagem sem atraso e também pela necessidade da qualidade de imagem. Tudo em real-time, com boa qualidade de imagem. Na teleconsulta é mais fácil e vai fluir mais simples que um exame de ultrassom”, completou.

Regulação

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Cesar Nomura, diretor do departamento de radiologia do Instituto do Coração do HC (Crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)

Com a primeira fase do projeto implementada e testada nesta quinta-feira, 15, o OpenCare 5G deve avançar para uma cidade na Grande São Paulo e, depois, na fase final, para regiões ribeirinhas no Norte do País. Contudo, há barreiras regulatórias no campo da saúde, em especial, o fato de que apenas um médico especializado pode realizar um exame de ultrassom de pré-natal.

Contudo, Cerri acredita que a regulação deve evoluir e liberar o uso do exame de ultrassom local com um profissional de saúde de formação não tão extensa, como um enfermeiro ou auxiliar. O presidente do conselho acredita que essa evolução será natural, como ocorreu com a telemedicina durante a pandemia do novo coronavírus.

“A tecnologia vem para ajudar a qualidade de vida do paciente. Essa transformação regulatória vai avançar naturalmente. Mesmo com relação ao ultrassom. O HC e a USP podem fazer pesquisas”, presidente do conselho de administração do Hospital das Clínicas.

Para Cesar Nomura, diretor do departamento de radiologia do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas, o projeto do OpenCare é uma oportunidade para mudar a radiologia e evitar “erros” que aconteceram no passado, como a entrada da inteligência artificial no setor, o que afastou muitos profissionais da área.

“Sete anos atrás vimos a inteligência artificial chegando à radiologia. As pessoas acreditavam que as máquinas substituiriam os profissionais. O que vimos foi o contrário. Veja o que acontece nos EUA e no Brasil: há um déficit de profissionais no setor”, afirmou Nomura. “O uso das tecnologias disruptivas ajudaram bastante, mas acredito que devemos evitar o hype”, concluiu.

Durante o MPN Fórum, evento organizado por Mobile Time em julho deste ano, Marco Bego, diretor do núcleo de inovação InovaHC do Hospital das Clínicas e um dos responsáveis diretos pelo OpenCare 5G, afirmou que uma das soluções para avançar com a legislação seria um sandbox regulatório para a quinta geração das redes celulares.

 

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