A oferta de conexão à Internet a bordo de aviões comerciais não se trata apenas de um diferenciador competitivo para as companhias aéreas agradarem a seus passageiros. O serviço ajuda também na diminuição do peso transportado, o que pode fazer diferença na quantidade de combustível utilizada em uma viagem. Com o entretenimento a bordo migrando para os tablets e os smartphones pessoais dos passageiros, a tendência é de que as revistas impressas das companhias desapareçam, assim como as telas para exibição de filmes, prevê Jurandir Pitsch, vice-presidente de vendas da SES para o sul da América Latina. Ele acredita que no futuro até mesmo as mercadorias de free shop não serão mais embarcadas nos voos internacionais, pois os passageiros poderão fazer a compra on-line, através de seus próprios dispositivos, e retirá-las em solo, quando chegarem ao aeroporto de destino.
Atualmente, o país com maior penetração de aviões com conexão à Internet no mundo são os EUA, onde aproximadamente metade dos voos já oferece o serviço aos passageiros. No mundo inteiro a média é de 7%. O número está crescendo rapidamente, em razão da demanda dos próprios passageiros. O modelo de negócios, contudo, varia. Muitas companhias aéreas cobram à parte pelo serviço. Em alguns casos, a conexão é oferecida de graça para clientes premium de seus programas de fidelidade, como um diferencial competitivo. É possível que no futuro passe a ser uma conveniência disponível a todos os passageiros, com o custo embutido no preço do bilhete aéreo, como hoje acontece com o Wi-Fi de muitos hoteis.
Tecnologia
A banda larga dentro de aviões é oferecida aos passageiros via Wi-Fi. Os hotspots internos, por sua vez, estão conectados à Internet via satélite. A SES é uma das principais fornecedoras dessa conexão e dos teleportos em terra, através de seus satélites geoestacionários em banda Ku ou por meio da frota de satélites de média órbita da O3b, empresa na qual possui relevante participação acionária. "Poucos players conseguem prover uma cobertura global para esse serviço. A SES, com sua constelação de 53 satélites, é uma delas. Fornecemos banda para praticamente todos os provedores de banda larga em aviões", afirma Elias Zaccack, vice-presidente sênior de vendas para as Américas da SES. A empresa se prepara para lançar no começo de 2017 mais três satélites de alta capacidade para complementar sua constelação e aumentar a capacidade disponível.
Zaccack e Pitsch estiveram presentes nesta quinta-feira, 15, no Congresso Latino-americano de Satélites, evento organizado pela Converge Comunicações no Rio de Janeiro.