A pandemia do novo coronavírus acelerou a adoção do carrier billing, quando a cobrança de um serviço por terceiros acontece na fatura da operadora. Uma pesquisa mundial com executivos de operadoras e outras empresas (veja mais sobre a metodologia ao fim desta matéria) de constatou que aproximadamente metade dos entrevistados tem ou planeja implementar o método de pagamento Direct Carrier Billing (DCB) em 2021. Mais de um terço dos contatados disse que já lançou o DCB, outro pagamento móvel avançado ou planeja implementar ainda este ano. Os dados são de uma pesquisa patrocinada pela DOCOMO.
Outros 17% planejam o lançamento do DCB em 2021, quase um terço não tem planos e 16% disseram que não sabem se vão implementar o Direct Carrier Billing. A maioria dos entrevistados acredita que há oportunidades de mercado significativas (50%) para carteiras ou faturamento via operadora para novas ofertas, como scooters, aluguel de bicicletas, delivery e serviços de estacionamento. Outros 19% veem um lado positivo moderado, enquanto apenas 21% sentem que há muitas opções disponíveis atualmente.
Para aqueles que planejam lançar DCB, quase um terço (32%) quer uma parceria completa com um especialista em DCB, enquanto 27% estão considerando pagamentos associados a esforços de marketing. Apenas 17% estão olhando apenas para pagamentos, sem parcerias. Em termos de suporte, 37,5% esperam que os comerciantes invistam em esforços de marketing conjunto e pacotes para todas ou a maioria das campanhas. Uma porcentagem semelhante espera isso para campanhas selecionadas, e um quarto disse que não sabia.
Dois terços dos entrevistados estão considerando APIs de pagamento baseadas na web ou conexões DCB diretas com vários comerciantes além das lojas de aplicativos, com 15% afirmando que só trabalharão com faturamento de operadoras de lojas de aplicativos.
A pesquisa apontou que os principais benefícios da introdução dos serviços DCB são:
- aumentar a receita,
- dar aos assinantes flexibilidade de pagamento,
- simplificar a adição de novos comerciantes
- e integração econômica de pagamento móvel com lojas de apps.
58% dos respondentes da pesquisa consideram trabalhar com um especialista de DCB para ajudar a gerenciar a reconciliação de pagamentos, sendo mais de um quarto veem isso como uma consideração significativa. Cerca de 28% disseram que o Direct Carrier Billing não é uma consideração. Segundo Jonathan Kriegel, CEO da DOCOMO Digital, um fator que impulsiona essa mudança são os próprios operadores. Ao verem a rotatividade do negócio principal e o declínio tradicional de voz e mensagens, as operadoras estão procurando novas fontes de receita – provisionamento de IoT empresarial e conteúdo B2B.
Preocupações
As três principais preocupações que impedem as empresas de migrar para o DCB são: a segurança, a percepção de uma oportunidade de margem baixa e a inadimplência. Os entrevistados tinham que montar um ranking entre as opções.
Outros se preocupam com a complexidade da implementação, integração com sistemas de pagamento back-end, conformidade regulatória, lidar com câmbio e onboarding comerciantes. Pouco mais de um quarto (27%) expressou preocupação significativa sobre a inadimplência e fraude da DCB, com 42% demonstrando preocupação moderada e 19% indicando que não estão preocupados. Está claro que mais trabalho precisa ser feito como indústria na prevenção de fraudes e gerenciamento de dívidas inadimplentes.
Pandemia
Dos entrevistados, 40% disseram que a pandemia teve um impacto significativo ou moderadamente positivo, com quase 21% dizendo que o impacto foi imperceptível. Apenas 29% disseram que era moderadamente ou significativamente negativo.
Mais de um terço dos entrevistados da pesquisa DOCOMO Digital indicaram que suas prioridades de negócios de faturamento via operadora permanecem inalteradas, enquanto 16% se expandiram para novos mercados e 14% aumentaram para suportar o aumento da demanda. No lado negativo, 13% disseram que tiveram que reduzir custos e investimentos e 15% voltaram a se concentrar em oportunidades alternativas.
Metodologia
A pesquisa foi realizada on-line e por telefone com 115 executivos da indústria entre agosto e setembro de 2020, com operadoras respondendo por 57,4% do total, comerciantes 12,2% e “outros” 30,4%. A categoria “outra” incluiu executivos em saúde digital, educação tecnológica, serviços financeiros, software, OEMs, SIs, infraestrutura, ISPs, agregadores e consultoria.