A Here Technologies, empresa de navegação e mapeamento digital, e a Unifly, desenvolvedora de softwares que facilitam o tráfego de drones, uniram-se para desenvolver uma plataforma de gerenciamento de tráfego aéreo não tripulado (UTM). O objetivo é disponibilizar mapas em 3D para que drones autônomos voem com segurança e sem surpresas. O projeto será desenvolvido na Europa Ocidental e nos Estados Unidos e deve estar finalizado até o fim de 2018.

Com laser, radares e fotografias, os próprios drones escaneiam o espaço aéreo voltado para os dispositivos não tripulados a uma distância do solo que deve ser, em média, de 200 metros de altura. Até essa altura são identificadas as delimitações de voo, ou seja, eventuais edifícios, postes, fios de energia, mas também regiões proibidas, como aeroportos, áreas muito povoadas e instalações governamentais consideradas “sensíveis”. Uma vez essas restrições mapeadas, a Here acredita que drones autônomos sejam capazes de fazer o trajeto estipulado do início ao fim, sem problemas e sem surpresas.

A Here disponibilizará os dados tanto de forma online quanto de forma offline, neste último caso, por meio de um SD Card. Mas é a partir dos dados coletados via Internet, pelos drones, que a plataforma vai se retroalimentar e, assim, se atualizar a todo o momento.

“Os dados ficarão armazenados no Open Location Platform, que vai dialogar com os drones conectados a ele, alimentando o sistema de forma colaborativa. Por exemplo: um drone passa por uma região e identifica uma determinada mudança. Ele passa essa informação à plataforma e, com isso, os outros drones recebem essa atualização em tempo real, e, se necessário, mudam suas rotas automaticamente”, explica Vinícius Ferreira, gerente sênior de produtos da Here.

Troca de dados

Ferreira acredita que os drones autônomos estarão nos céus das cidades, de forma massificada, em muito pouco tempo. Talvez dois ou três anos teremos uma grande quantidade de dispositivos não tripulados sobre nossas cabeças. E, para evitar colisões, invasão de privacidade, queda de um drone em plena região povoada ou em área de segurança, é importante que haja controle sobre os voos desses dispositivos. “É fundamental que a regulação estipule que os drones, independente de suas marcas, compartilhem essas informações. Hoje, temos poucos drones, mas vai haver uma explosão muito em breve. Com esse serviço de mapeamento, e o fato de delinearmos rotas, por exemplo, acredito que a gente acabe ajudando na elaboração de uma legislação própria para o tráfego de drones”, diz o gerente sênior de produtos da Here.

Ferreira também aponta outra vantagem para o mapeamento e o uso de uma plataforma em nuvem para que os drones “dialoguem” em tempo real: o estímulo ao avanço de outras tecnologias, como a 5G. “Os drones podem se comunicar com o Open Location Platform por meio do 4G facilmente. Mas precisamos de uma forma de comunicação que não gere latência, e o 5G é ideal”, completa.

No Brasil, esse mapeamento pode ser feito rapidamente, já que a Here tem dados sobre o espaço aéreo brasileiro, além da tecnologia, que já está disponível. Basta que alguma empresa tenha interesse em comprar o produto.

 

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