A fábrica da Ericsson instalada em São José dos Campos (SP) deve exercer papel fundamental dentro da nova estrutura regional anunciada pela multinacional sueca – que reuniu as operações de Brasil, Argentina, Chile, Peru e Uruguai em uma mesma unidade de negócios. Nomeado presidente da recém-criada Ericsson Latam Sul após liderar a operação brasileira da empresa durante 18 meses, Eduardo Ricotta destacou o desejo de utilizar “em um contexto maior” não apenas a planta do interior paulista, mas também o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Indaiatuba. Para tal, investimentos para uma “adaptação grande na fábrica” de SJC devem ser anunciados ainda em 2019, com foco na tecnologia 5G.

“A fábrica brasileira já atendia os outros países [do Latam Sul], mas precisamos desse investimento porque o 5G está chegando, e queremos produzir 5G em São José dos Campos. Ainda estamos em um período de planejamento, mas em breve devemos anunciar [detalhes da expansão]. O 5G provavelmente vai chegar primeiro no Chile que no Brasil, e a fábrica tem que estar apta”, afirmou Ricotta a este noticiário.

Segundo o executivo da Ericsson, aproximar os mercados vizinhos ao desenvolvimento realizado em solo brasileiro foi apenas uma das razões que motivaram o redesenho da estrutura de negócios na região. “Antes eram três divisões: México e América Central, cone sul exceto Brasil e Brasil. Agora, pegamos toda América Latina e dividimos em Norte e Sul”, explicou. Com a medida, a Ericsson espera melhorar a interlocução em projetos com operadoras que atuam em mais de um mercado da região. “A Telefónica”, exemplificou Ricotta, “tem grande importância aqui e também na Argentina, onde ela tem hub para todos os países. [Ao unificar], a mesma pessoa que fala com eles no Brasil também vai falar com o presidente do Cone Sul”.

Lógica semelhante guiou a decisão de não incluir Paraguai e Bolívia na unidade de negócios liderada por Ricotta; ao invés disso, os mercados ficaram sob responsabilidade da Latam Norte, ao lado de Equador, Venezuela e Colômbia. “No Paraguai e na Bolívia, nosso principal cliente é a Millicom [dona da marca Tigo], que tem conexão muito forte com a Colômbia. Por isso, achamos melhor que eles ficassem juntos no Norte”. Ambas as unidades seguem reportando ao presidente da Ericsson na Europa e América Latina, Arun Bansal.

Ricotta ainda destacou o desejo de “estender a forma de trabalhar e as boas práticas” da operação brasileira aos outros quatro mercados reunidos sob seu comando. “Em 2017, o Brasil estava em 13º ou 14º lugar entre os maiores países em vendas para Ericsson. Hoje ele é o quinto. Esse bom volume de vendas desde quando montamos o novo setup no Brasil, ajuda”.

Por último, o executivo minimizou o impacto que a reestruturação global da área de sistemas de suporte de negócios (BSS) da Ericsson causará sobre os cinco mercados da nova unidade regional. “Ela não afetou nada que está instalado nesses países. O portfólio continua o mesmo. A área de serviços digitais é muito grande, então é natural que se façam ajustes”, afirmou. Por conta das mudanças, a Ericsson anunciou provisão de custos que impactou os resultados do quarto trimestre de 2018 em 6,1 bilhões de coroas suecas (US$ 687,7 milhões). Desse total, 3,1 bilhões (US$ 349,5 milhões) estão relacionados com a reestruturação da área de BSS.

Mudanças na Suécia

Também foi anunciada mudança no time executivo da sede na Suécia com a saída da vice-presidente global de marketing da fornecedora. Em comunicado, a Ericsson confirmou que Helena Norrman deixa a empresa para “buscar oportunidades fora da companhia”. A executiva continuará ocupando os cargos de vice-presidente sênior e diretora de marketing e comunicações, além de head de marketing e relações corporativas, até o dia 30 de junho. Ela está na empresa desde 1998, e faz parte do time executivo desde 2010. Um processo de recrutamento de um sucessor já foi iniciado.

 

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