Com o foco principal em tornar os dados a maior fonte de receita, a TIM se prepara em seu plano de investimentos para focar no LTE. Para tanto, o programa de refarming da faixa de 1,8 GHz para aumentar a cobertura e o incentivo aos planos de dados com smartphones é a prioridade da empresa na frente operacional do plano industrial para o triênio 2016-2018, conforme apresentou nesta terça-feira, 16, o presidente da operadora, Rodrigo Abreu, em conferência para analistas na Itália.
A infraestrutura, na qual a empresa quer ter cada vez mais fibra ótica, também se traduz em antenas. A companhia contava ao final de 2015 com 15 mil estações radiobase (ERBs), com estimativa de chegar a 16,4 mil ao final deste ano, 17,7 mil em 2017 e 19,5 mil em 2018. Da mesma forma, o 4G, que era cerca da metade dessas ERBs no ano passado, chegaria a quase a totalidade de sites ao final do período.
Com isso, estima chegar a uma cobertura de cerca de 90% da população brasileira com o 4G em 2018, ultrapassando a cobertura 3G já em 2017. Atualmente, segundo a TIM, 52% da população é coberta com 4G – ou 59%, considerando apenas a população urbana.
A companhia fechou 2015 com penetração de smartphones na própria base de 68%, enquanto os usuários de dados em geral foram pouco abaixo da metade (48%). A estimativa para os três anos seguintes é de crescimento igual para ambos. Já na penetração de dados (incluindo conectividade, conteúdo, outras receitas de SVA e SMS) sobre a receita total, a estimativa é de chegar a 50% neste ano, ultrapassando as demais fontes nos anos seguintes.
A empresa não deu números exatos, mas o Capex por tecnologia também aumentará gradualmente em favor do LTE. "O 4G vai ser dominante em share no Capex, e no final de 2016 vai ser o mais importante", promete Rodrigo Abreu.
Previsão do mercado
Na estimativa da TIM para todo o mercado brasileiro, 2015 encerrou com R$ 61,7 bilhões em receita móvel, sendo R$ 37,5 bilhões para voz e R$ 24,2 bilhões para dados. A projeção da operadora para 2018 é que o total chegue a R$ 64,8 bilhões, com a maior parte – R$ 39,7 bilhões para dados (sobrando R$ 25,1 bilhões para receitas de voz). "Estamos reagindo rápido a esse cenário de mudanças, e já transformamos completamente o portfólio", ressalta Abreu, mencionando o recente lançamento de planos sem diferenciação de tarifas on e off-net.