|Publicado originalmente no Teletime| O Brasil ocupa a 29ª posição em um ranking de resiliência das redes móveis que avaliou 38 países, segundo dados do relatório global de confiabilidade de experiência elaborado pela consultoria Opensignal. Em uma pontuação que vai de 100 a 1000 pontos, o País surge com 824 pontos.
“A confiabilidade não se trata apenas de interrupções ocasionais e em grande escala. É também sobre as situações cotidianas em que um usuário não consegue fazer o que deseja em seu dispositivo móvel devido ao baixo desempenho da rede móvel”, afirma a Opensignal. Os dados do relatório foram coletados entre 1º de outubro e 29 de dezembro de 2023.
Na América Latina, o Chile é o país mais bem colocado, com 843 pontos, seguido do Brasil. Por outro lado, na América do Norte, os Estados Unidos são aqueles com o serviço mais confiável de rede, com 879 pontos, pouco mais do que o Canadá, com 870 pontos.
A rede considerada mais consistente no mundo é a da Dinamarca, com 934 pontos na escala, seguido por Japão e Coreia do Sul, com 914 e 913 pontos, respectivamente. O relatório observa que, na Europa, os mercados escandinavos que contam com o 5G difundido, como Dinamarca, Suécia e Noruega, possuem pontuações elevadas e estão colocados no top 10. A Suécia surge com 899 pontos, e a Noruega, com 896.
O documento destaca, ainda, a França como uma potência global, que surge na 4ª posição total, com 906 pontos. Outros países do G7, no entanto, possuem taxas de resiliência de redes inferiores, como Itália (862 pontos), Alemanha (854) e Reino Unido (847). Este último está entre as mais baixas avaliações do continente europeu.
Na análise, uma rede que completou um dia inteiro de interrupção durante a coleta das informações estaria sujeita à perda de 44 pontos, mas redes com gargalos crônicos e falhas repetidas de insuficiência poderiam ser muito mais penalizadas.
Resiliência acima da velocidade
Para entender quais aspectos são prioritários aos consumidores, a Opensignal também fez uma pesquisa junto a 55.322 consumidores. Quando questionados sobre o ponto mais importante levado em conta na hora de adotar um serviço para celulares, 21% dos entrevistados indicam o custo. A resiliência surge em 2º, com 19%, seguido da qualidade do serviço, com 18%, e da cobertura, com 17%.
Para se ter ideia, a resiliência tem mais do que o dobro da relevância na comparação com o aspecto de upload ou velocidade da rede, que aparece com 7%.
Outro ponto importante, de acordo com o relatório, é que os usuários com baixa conectividade passam menos tempo em aplicativos e são menos propensos a reter apps em seus dispositivos. “A saída dos usuários dos aplicativos significa menos compras dentro dos aplicativos e menores receitas de assinaturas e publicidade para os desenvolvedores de aplicativos”, diz a Opensignal.
Mercados em crescimento, menor resiliência
Ao comparar o nível de resiliência dos países com os dados da adoção da banda larga móvel por indivíduos da GSMA, a associação global do ecossistema móvel, a Opensignal nota que os mercados em crescimento acelerado são, no geral, aqueles que dispõem de uma resiliência mais baixa, quando comparados com os centros que crescem em ritmo mais lento.
Normalmente, esses mercados são emergentes e têm como características a baixa penetração de assinantes únicos de Internet móvel, como em Bangladesh (663 pontos) e no Paquistão (636 pontos).
Pré-pagos versus confiabilidade
A Opensignal também aponta para uma correlação negativa entre a alta proporção de conexões pré-pagas e as experiências de confiabilidade. Isso porque os planos pós-pagos têm ARPUs (receita média por usuário) mais altos do que as conexões pré-pagas e estão associadas, principalmente, a menor rotatividade.
“A menor rotatividade se traduz em valores mais longos de vida útil do cliente, o que ajuda as operadoras a prever melhor seus fluxos de receita futuros, para que possam planejar seus investimentos na rede e melhorar a confiabilidade de seus serviços”, diz o relatório.