Uma nova plataforma brasileira de pagamentos móveis espera alcançar 300 mil clientes ativos e R$ 1 milhão em volume de transações por mês até o fim de 2016. A Celcoin (Android e iOS) aposta em simplicidade, usabilidade e fácil adesão à plataforma com poucas etapas e barreiras, descreve o CEO da empresa, Marcelo França. Ele explica que diferentemente dos rivais, seu app funciona mais como uma conta digital no smartphone.
“No conceito brasileiro de carteira digital, você adiciona o cartão de crédito no celular. E também tem os cartões pré-pagos que ainda são limitados”, diz o executivo. “O nosso app é uma conta digital com várias funções: tem pagamento de contas, carga de valores, recarga de celular, retirada em caixa, transferência via DOC ou TEF”.
Com pouco mais de quatro meses de existência, o app atua em todo território nacional e possui 29 mil pessoas que fizeram pelo menos um depósito em seu sistema. O número é superior, por exemplo, à quantidade de usuários do TIM Multibank (37 mil usuários), serviço de dinheiro móvel da operadora em parceria com a Caixa Econômica Federal e a MasterCard.
Parceiro de redes de transferências bancárias, bancos e da varejista PagFácil, o Celcoin é um projeto de empresários brasileiros do setor financeiro com empreendedores do Vale do Silício, como Wences Casares, membro do conselho do PayPal e CEO da carteira de moedas viruais Xapo.
Ao todo, foram investidos R$ 2 milhões no app, que possui ainda versões para web e SMS. Por mensagem de texto, uma pessoa pode consultar o saldo da conta, fazer recarga e até encerrar a conta. “Isso dá uma tranquilidade ao usuário na hora de sair. Não precisa pagar nada para cancelar o serviço. Apenas não pode ter saldo na conta”, completa.
Vantagens e expansão
França acredita que o aplicativo possui vantagens para crescer no Brasil, em especial entre a população “desbancarizada ou sub-bancarizada” – sem acesso ao crédito bancário, à conta corrente ou com acesso limitado. O executivo enfatiza que o app, assim como outros modelos do setor, não pede aprovação de crédito para a entrada de novos usuários.
O CEO do Celcoin ainda explica que deseja expandir a rede física por meio de varejistas e comerciantes, em especial supermercados. Com 400 pontos físicos, ele espera alcançar até o fim do ano 1 mil lugares aptos para a recarga. Ele pontua que o app está sendo utilizado atualmente por PMEs para dar troco aos usuários, uma vez que os comerciantes reclamam que não há tantas moedas e cédulas.
"Estamos trazendo muito conteúdo, como comprar crédito para a Google Play e expansão da rede física, mas estamos investindo em melhorar o que nós temos", diz França. "Queremos melhorar a experiência dos usuários e fazer parcerias com integradoras de meios pagamentos para crescer a adesão entre PMEs".