Com o desafio de lidar com o impacto do Fistel, as conexões máquina-a-máquina (M2M) ainda são um investimento que não possuem seu pleno potencial de retorno para as operadoras, apesar de serem foco de algumas MVNOs no País. Ainda assim, a Oi busca pavimentar o caminho para os negócios em Internet das Coisas investindo em M2M, mas não apenas na conectividade, e sim em solução de gestão de serviços, com a qual espera aumentar a base total (somando as linhas Padrão e Especial) em 70% em dois anos. Isso significa saltar dos 1,516 milhão de acessos atuais para mais de 2,5 milhões de acessos.

O segmento de M2M na companhia ainda não é tão significativo nas receitas corporativas da Oi, mas é a área na qual a companhia aposta, junto com a IoT. “Ainda não é um grande volume de receita, mas hoje é um dos maiores puxadores de crescimento”, afirma o diretor de TI da área de B2B da empresa, Luiz Carlos Faray. Ele diz que a perspectiva é de crescer 25% em TI (no geral) nos próximos três anos, “e a IoT é uma das alavancas, são os nossos propulsores de receitas”. Isso porque a empresa pretende oferecer não apenas a conectividade, mas o valor agregado, com serviços de rastreamento, relatório e gestão, por exemplo.

Tanto que a operadora lançou na semana passada o Oi M2M, a ferramenta de gestão de serviços POS, telemetria e outros com a qual a empresa espera obter o crescimento de 70% na base. “Claro que a gente acredita que o futuro passa por IoT, que é a receita fora da conectividade do chip”, diz o diretor de marketing do B2B, Rodrigo Shimizu. “Obviamente do ponto de vista de receita, é muito mais valor agregado do que conectividade, mas a gente ainda acredita que tem espaço significativo (para a o mercado de conexão pura), a gente vê isso pela demanda, dá para crescer esses 70% em dois anos, do ponto de vista mercadológico e comercial.”

De olho no futuro

Para a Internet das Coisas, contudo, será necessário mais do que soluções de gestão. De acordo com os diretores da Oi, a tecnologia vai demandar não apenas uma escala maior de dispositivos para gerir, mas também o desafio de integração de diferentes sistemas, além de coleta de dados, armazenamento em cloud e analytics.

Por isso, a empresa considera o tipo de software do Oi M2M como um passo adiante em direção da IoT, embora esse futuro não esteja tão distante. “Estamos intensamente no desenvolvimento, vai envolver muita prototipação”, declara Luiz Carlos Faray. “Estamos com aplicação e já temos vários user cases em piloto demo, mas essa coisa só vai escalar para pequenas soluções em volume baixo”, diz. O diretor de TI da companhia espera que essa fase seja concluída este ano, “para chegar no ano que vem com uma plataforma totalmente estruturada”. Ainda assim, em 2018 a empresa já deverá ter soluções para IoT, mas em volume pequeno.

Nesse meio tempo, a Oi vai testando as tecnologias de conectividade também. Faray diz que a empresa foi uma das primeiras na América Latina a testar a conexão de banda estreita, a NB-IoT. Ele explica que, apesar de já ter sido padronizada pelo 3GPP, a tecnologia ainda tem ecossistema em formulação, então se espera pela chegada de dispositivos mais baratos. “De nada adianta ter cobertura enquanto não tem os devices, mas estamos caminhando com bastante intensidade”, diz. Ele afirma que a vantagem é que não será necessário fazer sobreposição de tecnologias, mas apenas atualizações de software que demandam menos investimento e aproveitando frequências licenciadas, com acordo de nível de serviço (SLA). Como as frequências são de banda estreita, a tecnologia usa pouco espectro, o que traz menos impacto para um sistema de rede móvel.

 

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