Accenture

O criador da Internet, Tim Berners-Lee, acredita que o futuro da web não será um killer-app no smartphone dos internautas, mas ter todos os apps trabalhando em conjunto para melhor atender o usuário. Durante o evento Tech Vision 2022 da Accenture, nesta quarta-feira, 16, o pesquisador deu sua visão sobre como será o futuro da web para os próximos 33 anos.

“Teremos um mundo mais poderoso no futuro da Internet. Para os próximos 33 anos, nós estamos falando que todos os apps que você tem atualmente no seu telefone terão a sua confiança para compartilhar os seus dados com outros apps”, disse, ao ser questionado sobre o futuro da rede mundial de computadores, que completa justamente 33 anos neste mês de março. “Hoje, os apps dos smartphones estão em silos – ou não se conversam porque o internauta não confia neles. Se confiarem, os aplicativos e os internautas ficarão mais empoderados”, completou.

O que falta para chegar lá

Para Michael Biltz, diretor executivo da Accenture, o cenário imaginado por Berners-Lee é o ideal. Mas faltam muitas etapas até chegarmos lá. Em sua visão, é preciso primeiro entender como integrar as tecnologias no centro do usuário e entender como elas funcionam, antes de criar experiências que trarão facilidades.

“Não estamos falando de cada aplicação no mundo trabalhando junto, mas uma série de aplicações trabalhando junto para dar mais experiências sem barreiras ao usuário. Não é uma questão de cada plataforma e cada smart city trabalhar igual. Acredito que o primeiro passo é entender se minha bandeira de cartão trabalha com minha carteira digital e se está conectada com os sistemas de pagamento em minha cidade inteligente e com meus gêmeos digitais na plataforma do Metaverso em que eu vivo”, disse o executivo.

Biltz acredita que haverá muito trabalho à frente de alinhamento, seja em termos geográficos, tecnológicos ou padrões até que um futuro sem barreiras e completamente ubíquo funcione, inclusive com companhias que façam diferentes plataformas e tecnologias conversarem em ambientes como o Metaverso.

“Mesmo que atinjamos o nirvana, esse ecossistema perfeito, haverá o momento em que a pessoa muda de país, cidade ou troca de plataforma em busca de um melhor preço. Todos os dados precisarão migrar para outro lugar, e as conexões no meio também. Acredito que esse é o estado de nirvana que buscamos: o valor que veremos toda vez que conectarmos algo, mesmo em perspectivas pequenas. Hoje tudo é um silo, portanto, a cada incremento que aparecer estaremos a um passo desse nirvana”, completou.

Metaverso

Berners-Lee também falou sobre a sua visão de metaverso. Para ele, a tecnologia que se desenvolve para a web3 é “a primeira conferência real da web”, onde as pessoas realmente podem se encontrar. É que diferente da web, que começou com texto, evoluiu para imagens e voz, o metaverso é a entrega de diferentes mídias combinadas para o internauta. Ainda assim, o pesquisador acredita que é preciso fazer uma correção de curso para corrigir problemas na web atual para que não afetem a próxima geração.

“Muito daquilo que temos na Internet são bons elementos, mas nós precisamos ajustar um pouco. As redes sociais não podem ser ‘silos isolados sociais’ que não permitem ao usuário compartilhar coisas com outras pessoas na mesma rede”, argumentou. “Nós precisamos abrir as redes sociais para que o usuário possa usar a web mais poderosamente como indivíduo, ao contrário de ver a web o explorando”, concluiu.

 

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