| Publicada originalmente no Teletime | A Ericsson encerrou o primeiro trimestre de 2024 com queda de 15% nas vendas líquidas na base de comparação anual, totalizando 53,3 bilhões de coroas suecas (em torno de R$ 25,7 bilhões, na cotação atual). Na comparação com o último trimestre do ano passado, o recuo foi ainda mais acentuado, com perdas de 26%.
No relatório divulgado ao mercado, a Ericsson ressalta que o resultado negativo foi influenciado pela queda de 21% nas vendas da vertical de redes, para 33,7 bilhões de coroas suecas (cerca de R$ 16,2 bilhões). Ante o período entre outubro e dezembro, a perda foi de 25%.
De acordo com o CEO Börje Ekholm, isso se deve ainda ao cenário desafiador de mercado. Neste sentido, a empresa tem adotado ações de redução de custos. “Nós mantivemos nossa posição de liderança no mercado, mas como esperado, nossos clientes continuaram a ter cautela com seus investimentos”.
No relatório, a fabricante de equipamentos diz esperar uma queda no mercado de RAN (Rede de Acesso por Rádio) pelo menos até o final de 2024, “à medida que os clientes permanecem cuidados com seus investimentos e o ritmo de investimento na Índia continua a se normalizar.”
E lembra, ainda, que a Dell’Oro Group, consultoria de telecomunicações, estimou um recuo de 4% para o mercado global de equipamentos RAN, “o que pode se mostrar otimista”, segundo a Ericsson. “Se as tendências atuais persistirem, esperamos que nossas vendas se estabilizem durante o segundo semestre do ano, beneficiando-se das recentes vitórias de contratos e da normalização dos níveis de estoque dos clientes na América do Norte”, diz.
Considerando todas as verticais, a empresa também apontou queda de 7% em um ano nas vendas da regional Europa e América Latina, sendo inclusive mais pronunciado o recuo na área que abriga o Brasil. Frente ao quarto trimestre de 2023, a queda chegou a 31% na união dos dois blocos.
Demais áreas
Na área de serviços e software em nuvem, a Ericsson apurou perdas ligeiras de 3% no primeiro tri, para 13 bilhões de coroas suecas (R$ 6,25 bilhões). No entanto, na comparação com o último trimestre de 2023, as vendas caíram 33%.
Já em enterprise, a empresa teve os mesmos 6 bilhões de coroas suecas do primeiro trimestre de 2023 (R$ 2,88 bi), mas recuo de 11% frente ao trimestre final do ano passado.
Outra parte importante são as receitas com as licenças de propriedade intelectual. Neste sentido, a Ericsson registrou crescimento de 24% na base anual, para 3,1 bilhões de coroas suecas (R$ 1,5 bilhões), devido a um novo contrato assinado no trimestre, que inclui receita retroativa para períodos não licenciados.
“Nossas receitas de propriedade intelectual continuaram a crescer, com um novo acordo de licença de patente 5G com um fabricante de dispositivos móveis. Estamos confiantes de que conseguiremos mais crescimento nas receitas de propriedade intelectual, beneficiando-nos de acordos adicionais de 5G e da expansão para áreas adicionais de licenciamento”, diz a companhia.
Lucro consistente
Mesmo com o cenário difícil de mercado, Ekholm apontou uma “sólida expansão na margem bruta”, que passou de 38,6% para 42,5%, de acordo com o balanço divulgado nesta terça-feira, 16.
A Ericsson também entregou um primeiro semestre com expansão de 66% no seu lucro líquido, somando 2,6 bilhões de coroas suecas (R$ 1,25 bi). Na comparação com o último trimestre de 2023, porém, houve recuo de 23%.
Da mesma forma, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) do primeiro trimestre fechou com alta de 27%, para 4,9 bilhões de coroas suecas (R$ 2,3 bilhões), mas com recuo de 27% sobre os três meses encerrados em dezembro passado. Na comparação anual, a margem Ebitda subiu de 6,2% para 9,2%.
No segundo trimestre, a Ericsson acredita que a sua margem bruta, excluindo mudanças de reestruturação, ficará entre 42% e 44%. “No segundo semestre, nossas margens devem se beneficiar de uma melhoria na mistura de negócios. Também permanecemos altamente focados em gerar um fluxo de caixa mais forte, com base em nossa disciplina operacional”, finaliza a companhia.