A Oi registrou um prejuízo de R$ 6,28 bilhões entre janeiro e março de 2020. No período, a receita líquida da companhia recuou 7,4%, para R$ 4,749 bilhões. As informações do balanço financeiro do primeiro trimestre deste ano foram divulgadas em na noite de segunda-feira, 15. A empresa também apresentou o aditamento de seu plano de recuperação judicial, com confirmação da intenção de venda da Oi Móvel por pelo menos R$ 15 bilhões.

De acordo com a operadora, o prejuízo no primeiro trimestre (com números 1.204% abaixo do mesmo período de 2019) foi bastante afetado pelos impactos da variação cambial, com consequente reflexo nas despesas financeiras. Dessa forma, o Ebitda ficou em R$ 1,9 bilhão, queda de 27,4% em um ano, com margem Ebitda de 40%.

Os investimentos, por sua vez, cresceram 4% no intervalo, para R$ 1,79 bilhão, sendo R$ 1,07 bilhão aplicados em fibra. Também houve melhora de 0,7% no caixa da companhia em um ano, fechando março em R$ 6,31 bilhões. Já o endividamento avançou 79,4%, para R$ 18,13 bilhões, enquanto os custos operacionais (opex) ficaram em R$ 3,22 bilhões, representando queda de 7,3%.

Receitas e mobilidade

No primeiro tri, a Oi teve queda na receita em todas as linhas de negócio. Segundo a empresa, a exposição aos serviços legados (cobre e DTH) nos segmentos residencial e B2B e a contínua queda do tráfego de voz foram os principais fatores. Dessa forma, a receita líquida de serviços (excluindo venda de aparelhos) totalizou R$ 4,68 bilhões (queda de 7,1%), enquanto a receita líquida de clientes (excetuando aparelhos e uso de rede) recuou 6,9%, para R$ 4,58 bilhões.

De forma geral, o segmento de mobilidade pessoal fechou o primeiro trimestre com queda de 2,5% no faturamento, para R$ 1,70 bilhão, mas com alta de 12,2% no segmento pós-pago, para R$ 930 milhões em receitas. Já a base de clientes pós cresceu 20,6%, para 9,78 milhões.

No mesmo intervalo, o faturamento da modalidade pré-paga recuou 12,8%, para R$ 681 milhões. O fechamento de lojas e a diminuição de pontos de inserção de créditos por conta da pandemia de Covid-19 exerceram influência, notou a empresa, bem como a lenta recuperação econômica e as taxas de desemprego. A base pré da Oi recuou 9,8%, para 24,163 milhões de clientes. No consolidado pós e pré, o negócio móvel da operadora soma 33,9 milhões de unidades geradoras de receita (queda de 2,7% em um ano).

B2B

No segmento B2B, uma queda de 7,1% no faturamento resultou em R$ 1,32 bilhão em receitas. Na vertical corporativa (grandes empresas), o recuo ficou em 9,9%, para R$ 777 milhões, apesar de alta de 38% nos serviços de TI no intervalo; entre os fatores que afetaram o resultado está a queda da demanda de dados por conta da adoção do home office em meio à pandemia.

Já o negócio de Pequenas Empresas, houve queda de 11,2% no faturamento, para R$ 267 milhões de reais. No caso da vertical de atacado, houve melhora no faturamento, que cresceu 6,9% em um ano, para R$ 274 milhões.

Residencial

No negócio residencial, um recuo de 12% foi registrado, com R$ 1,654 bilhão faturados e 12 milhões de unidades geradoras de receita (queda de 15,8%). O grande destaque foram os serviços habilitados por fibra ótica, que tiveram alta de 711,8% no faturamento em um ano, para R$ 194 milhões; somados com R$ 11 milhões vindos do atendimento corporativo, a receita de fibra da empresa chegou a R$ 205 milhões (alta de 700%). A companhia reporta 1,704 milhão de unidades residenciais geradoras de receita com a tecnologia (salto de 639% em um ano) e 889 mil casas conectadas em FTTH (alta de 565%).

Já os serviços habilitados por redes de cobre registraram queda de 25,8% no faturamento em um ano, para R$ 1,654 bilhão. O impacto na telefonia fixa foi de 27,6% (para R$ 651 milhões), enquanto a banda larga via a tecnologia teve recuo de 22,9% no faturamento, para 408 milhões. A maior parte da base residencial da empresa ainda é atendida pelas redes de cobre, ou 9 milhões de unidades geradoras de receita.

Por sua vez, a vertical de TV DTH teve queda de 6,4% no faturamento, para R$ 402 milhões, e de 16,1% no número de unidades geradoras de receita, para 1,306 milhão.

 

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