A conectividade ainda é uma barreira para muitas escolas no Brasil, especialmente para as instituições públicas. Segundo a pesquisa TIC Educação 2018, feita pelo Cetic.br e divulgada nesta terça, 16, 58% dos professores de escolas públicas urbanas utilizam o celular em atividades com os alunos, sendo que 51% fazem uso da própria rede 3G e 4G para realizar essas atividades. Nas escolas particulares, o índice chega a 44%. O levantamento também aponta que 34% das escolas localizadas em áreas rurais possuem ao menos um computador com acesso à Internet.
A pesquisa informa que 98% das escolas localizadas em áreas urbanas possuem ao menos um computador com acesso à Internet. No entanto, “isso não significa que este acesso esteja disponível para alunos e professores e que pode ser utilizado em atividades pedagógicas”, esclarece Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. Ele também explica que nas escolas particulares a velocidade acima de 11 Mbps é alcançada em 42% das instituições, enquanto nas públicas esse desempenho é restrito a 12% delas. “A qualidade do acesso tem melhorado ao longo dos anos, mas ainda é um gargalo”, comentou.
Outro dado destacado por Barbosa foi a disponibilidade de computadores nas escolas rurais. Conforme o estudo, 52% responsáveis pelas instituições afirma que os professores levam o próprio dispositivo para desenvolver atividades com os alunos. O que leva à necessidade de desenvolvimento de políticas públicas para aquisição não só de conectividade, mas também de equipamentos.
A pesquisa diz que 43% das instituições da área rural não possuem acesso à banda larga por falta de infraestrutura na região, e 24% alegaram não ter conexão em função do alto custo. A pesquisa também aponta que nas escolas rurais 58% dos gestores utilizaram o telefone celular para atividades administrativas, sendo que 52% afirmaram que se tratava de um dispositivo próprio, não custeado pela escola.
O estudo também apresenta informações sobre os temas de interesse dos professores, o que indica a demanda por uma conexão de qualidade. Entre os assuntos de interesse: cursos e palestras, especialmente sobre o uso de tecnologias em sua própria disciplina de atuação (65%); o uso de tecnologias em novas práticas de ensino (65%); e formas de orientar os alunos sobre o uso seguro do computador, da Internet e do celular (57%).
A pesquisa foi realizada entre os meses de agosto e dezembro de 2018 e contou com mais de 15,5 mil entrevistas. O levantamento tem mais de 180 indicadores, que abrangem região geográfica, renda familiar, sexo e dependência administrativa (se é escola privada ou pública). “Com este trabalho, é possível compreender o que se passa nas escolas brasileiras, no que se refere à adoção de tecnologias digitais, seja como instrumento pedagógico, seja como ferramenta de gestão escolar”, afirmou Barbosa.