Há algum tempo, o mercado especula sobre a venda da Oi Móvel para enxugar a empresa e levantar recursos. Conforme indicado na teleconferência de apresentação do plano estratégico da companhia nesta terça-feira, 16, a possibilidade existe. Apesar de não incluir no cronograma a venda da unidade, a empresa apenas considera explorar “todas as oportunidades” para o segmento.
Isso foi reiterado por Rodrigo Abreu. Embora não tenha sido ainda oficializado como presidente da Oi, o executivo participou de maneira significativa da teleconferência, quando foi apresentado na ocasião como membro do conselho e coordenador da estratégia. Ele se posicionou sobretudo a respeito de perspectivas da companhia no segmento móvel.
“Nosso plano é maximizar a captura de mercado com desempenho, mas a coisa boa do plano é que ele preserva múltiplas opções indo em diante. Se tiver uma combinação não orgânica para dar valor, sem dúvida será considerada”, afirma. Trata-se de uma clara posição de cautela, mas, considerando o desinvestimento, a Oi espera um potencial impacto de benefícios fiscais. “Qualquer opção levaria isso em consideração, estruturando para maximizar o valor”, acrescenta Abreu.
“O móvel é importante para nós porque temos ativos muito valiosos como espectro, base e a posição de mercado. Temos um desempenho bem positivo, incluindo com o pós-pago no decorrer do último ano”, justifica. Abreu explica que a empresa tem modelos sustentáveis e que não necessariamente precisa deste desinvestimento.
Leilão 5G e refarming
Parte da estratégia do móvel também envolve o leilão de espectro que a Anatel espera promover em março de 2020. Abreu diz que a Oi está analisando o certame como duas partes: primeiro na faixa de 700 MHz, para o 4G, depois para as demais frequências para 5G. “Como parte de nossa estratégia, estamos considerando participar em dois, dependendo de como o plano estará se movendo. Obviamente, isso encaixa na geração de valor para o [segmento] móvel.”
De certo, o plano estratégico da operadora reforçou o comprometimento da empresa com o 4G e 4,5G. Para isso, trabalha com o refarming do espectro de 1,8 GHz, enquanto ainda não pode contar com a frequência de 700 MHz.