[Matéria atualizada em 16/07/2020, às 18h51] O Idec enviou ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) uma representação cobrando um investigação por parte da entidade sobre a operação que envolve a compra da FitBit pelo Google. A representação brasileira chega depois que os órgãos europeu e australiano de competição (EU Competition e Australian Competition & Consumer Commision) decidiram a analisar o caso e suas possíveis implicações.
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor alega que a representação faz parte de uma iniciativa internacional para que autoridades de concorrência de vários países analisem os impactos da operação Google-Fitbit, que custará mais de US$ 2 bilhões. A aquisição da Fitbit envolve uma coleta de dados muito grande, em especial da saúde de seus usuários. Além dos dados, há uma série de preocupações do Idec com relação à privacidade, à diminuição da competição, a um possível aumento de preços e redução da qualidade do produto oferecido pela marca de relógios e pulseiras digitais.
#EstamosDeOlho | Você ficou sabendo sobre a aquisição da @fitbit pela @Google ? A compra será analisada por várias autoridades do mundo devido à importância da operação para no mercado digital.
— Idec (@idec) June 18, 2020
Entre os pontos destacados, o texto enviado ao Cade aponta para a coleta de dados sensíveis pela Fitbit que podem fortalecer o Google “em mercados da economia digital, como na publicidade online e em mecanismos de busca, mas também poderão alavancar sua posição em outros mercados, como mercados ligados à saúde.”
Vale dizer que na última terça-feira (14), o Google informou à Comissão Europeia que não coletará dados de saúde e exercícios dos usuários do Fitbit para fins publicitários após a conclusão da aquisição da empresa.
Em comunicado à imprensa, o Google respondeu que a aquisição se trata de dispositivos e não de dados. “O mercado de wearables é altamente competitivo e acreditamos que a combinação dos esforços de hardware do Google e da Fitbit aumentará a concorrência no setor, beneficiará consumidores e fará com que a próxima geração de dispositivos seja melhor e mais acessível. Durante todo o processo, fomos claros sobre o nosso compromisso de não utilizar os dados de saúde e bem-estar da Fitbit para os anúncios do Google.”
A assessoria de imprensa também lembrou que a Fitbit não está presente no Brasil.