A Zebra Technologies espera um crescimento de dois dígitos nos próximos três anos no Brasil. De acordo com a gerente geral de mobile computing da empresa, Julie Johnson, a companhia cresceu 20% no País e tem o mobile como uma de suas forças locais.

Os clientes da Zebra são de todos os tamanhos e de áreas variadas, como logística, indústria e frente de caixa para o varejo. A empresa é fornecedora de tecnologias como handhelds, tablets, computadores móveis, impressoras móveis, etiquetas de RFID, vestíveis, entre outros, e possui mais de 15 mil clientes locais. Agora, a companhia norte-americana pretende avançar para a agricultura, setor que precisa de tecnologia para aumentar a produtividade.

A ideia da companhia é levar à nova vertical a expertise obtida nos outros setores, inclusive com a resolução de problemas operacionais.

Zebra e os desafios

Entre os desafios que Johnson vê estão: a otimização do inventário; prevenção de perdas de produtos por furtos, roubos e erros humanos; mais interação no ponto de venda e melhoria nos fluxos de compra. Um estudo recente da companhia na América Latina revelou que:

  • 84% dos varejistas concordam que a prevenção de perda é um desafio;
  • 81% veem como desafio o retorno de produtos;
  • 84% dos funcionários das empresas enxergam mais valor em empresas que usam tecnologia de ponta.

Com isso, está no radar das empresas avançar para tecnologias como computadores móveis portáteis (65%), scanners (66%), RFID (54%), bem como software de gerenciamento de tarefas (61%) e software de gerenciamento de pessoal (60%).

Exemplos

De acordo com o CEO da companhia no Brasil, Vanderlei Ferreira, o avanço depende de estreitar relações e entender em que etapa da maturidade tecnológica cada empresa se encontra. Também explicou que a implementação de software e hardware da companhia ajuda a captar as informações certas para a transformação digital.

Um exemplo de evolução na jornada das empresas é a Le Biscuit. A varejista implementou computadores móveis e impressoras móveis para expandir sua operação com foco no omnichannel na região Nordeste. Outro caso é do Grupo Bosch, que usou soluções de visão computacional para diminuir em 5% as falsas rejeições em uma operação que produz 7 mil peças por dia em Curitiba.

Recentemente, a empresa expandiu suas atividades com a abertura de um novo escritório em São Paulo. A ideia é contratar mais pessoas para o treinamento de seus clientes.

IA chegando

Fora do Brasil, a companhia tem visto o avanço do RFID e autoatendimento no varejo. Ambas as tendências começam a chegar aos poucos por aqui. Na próxima fronteira, a empresa e seus parceiros (Qualcomm e Google, por exemplo) têm trabalhado no uso de grandes modelos de linguagem (LLMs) para agilizar as operações e até calcular despesas de envio instantaneamente.

Johnson ressaltou que a construção dessas soluções em inteligência artificial serão feitas com parceiros.

Imagem principal: Arte de Nik Neves para Mobile Time